
Como alertado por especialistas, o Brasil ultrapassou a macabra marca das 3 mil mortes pela Covid-19 em um intervalo de 24h. Nessa terça-feira (23), foram registrados 3.158 óbitos, segundo levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Já o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), o número foi ainda maior: 3.251 vítimas.
É a primeira vez que mais de três milhares de óbitos pela doença são notificados em um único dia no país. Com isso, o total de mortes provocadas pelo novo coronavírus atingiu 298.843. O total de casos subiu para 12.136.615, sendo 84.996 notificados em 24h.
Especialistas ainda não veem sinais de queda na curva e preveem mais pressão sobre os sistemas de saúde. No pior momento da pandemia, redes hospitalares em várias partes do país já enfrentam colapso, com filas de leito, falta de remédios e dificuldades de abastecimento de insumos.
Veja também: Com colapso do sistema de saúde e vírus mais mortal, Fiocruz recomenda lockdown imediato
Segundo reportagem do jornal O Globo, nenhuma outra causa de morte no Brasil mata como a Covid-19 matou neste dia. Mesmo as doenças cardiovasculares, as mais mortais no país, levam quatro dias, somadas, para matar 3 mil pessoas. As infecções respiratórias, todas juntas, levam 13 dias para matar o mesmo contingente, e a violência, 19 dias.
A maior média diária de mortes do mundo
Segundo o cálculo do site Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, a média de mortes diárias do país na última segunda-feira (22), dado mais atualizado na plataforma, era de 2.305, mais do que o dobro do segundo neste ranking, os Estados Unidos, com 978.
Quatro estados tiveram nessa terça seu dia mais letal desde o início da pandemia. São Paulo registrou 1.021 mortes em 24 horas, totalizando 68.623.No Paraná, foram 311 mortes contabilizadas, totalizando 15.166. Em Santa Catarina, 182 óbitos foram registados ontem, totalizando 9.833. O Espírito Santo também bateu seu recorde de registro mortes num único dia: 72, somando 7.053.
O secretário de Saúde do governo paulista, Jean Gorinchteyn, ressaltou, em entrevista à Globonews, que apesar de chocarem, porque são vidas que se perderam, os dados não retratam essas 24 horas.
‘Gestão incompetente’
Peles redes sociais, socialistas lamentaram o recorde de mortes e ressaltaram que a responsabilidade pousa sobre os ombro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) afirmou que a gestão do presidente é incompetente tanto na saúde quanto na economia.
Leia também: ‘Cinismo puro’: oposição reage ao pronunciamento de Bolsonaro
O deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) também responsabilizou Bolsonaro pelas mortes e frisou o abandono do país sob a sua gestão. “Sem vacina, sem oxigênio, sem auxílio emergencial, sem leitos de UTI, sem kits de intubação. Bolsonaro, A CULPA É SUA!”, afirmou.
Fazendo coro ao seu colega de partido, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) também afirmou: “A culpa é sua, Bolsonaro!”
Já o deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR) chamou a atenção para a escassez de vacina neste momento crítico e se solidarizou com as famílias afetadas pela pandemia. Segundo o parlamentar, o Ministério da Saúde reduziu em 10 milhões as vacinas previstas para o mês de abril.
Com informações do jornal O Globo e Extra