O Brasil ultrapassou a triste marca de 400 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Nesta quinta-feira (29) o país registrou 3.074 mortes em 24 horas e totalizou 401.417 óbitos. Dirigentes, gestores e parlamentares do Partido Socialista Brasileiro (PSB) reagiram ao número assombroso de brasileiros e brasileiras vítimas do coronavírus e do descaso do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o início da crise desdenha da gravidade da situação.
Socialistas reagem à marca macabra
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comentou que os números mostram a dor das famílias brasileiras. ‘Negacionismo e necropolítica ilustram a imagem do país no exterior por obra do governo federal”, escreveu nas redes sociais.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), criticou a postura do governo federal na compra de remédios ineficazes e prestou condolências às famílias que perderam entes para a Covid-19.
O prefeito socialista do Recife (PE), João Campos , confirmou o compromisso de continuar o trabalho incansavelmente para que todos possam ter direito a vacina. “Às famílias que entrentam essa dor, meus sinceros sentimentos”, comentou.
O deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) também usou as redes sociais para comentar a marca de 400 mil mortes de brasileiros por coronavírus. “O Brasil de Bolsonaro é uma vergonha. E o pior: ‘uma tragédia anunciada”, escreveu.
O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) acusa o governo Bolnorado de promover um verdadeiro assassinato em massa. “A Covid-19 já matou mais brasileiros em 4 meses de 2021 do que em todo o ano de 2020”, comparou.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) expressou a tristeza de o país ultrapassar a marca de 400 mil mortos. “O retrato de um governo que falhou, que escolheu o negacionismo e esnobou a compra de vacinas”, afirmou.
O deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) comenta que o número de mortos reflete ao fracasso do governo Bolsonaro. “Nosso sentimento a todas as vítimas dessa tragédia”, postou.
Média de mortos por Covid-19 nos últimos 7 dias
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 2.523. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -12%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do vírus. Isso ocorre após 6 dias seguidos com indicativo de queda.
Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta quinta. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
Já são 99 dias seguidos no Brasil com a média móvel de mortes acima da marca de mil; o país completa agora 44 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia.
- Sexta (23): 2.514
- Sábado (24): 2.531
- Domingo (25): 2.498
- Segunda (26): 2.451
- Terça (27): 2.399
- Quarta (28): 2.379
- Quinta (29): 2.523
Covid-19 nos estados e no Distrito Federal
- Em alta (1 estado): PE
- Em estabilidade (16 estados): AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MG, MS, PA, PR, RJ, RN, SE, SC e SP
- Em queda (9 estados e o Distrito Federal): AP, DF, MA, MT, PB, PI, RO, RR, RS e TO
Vacinação lenta e vacina em falta
Balanço da vacinação contra Covid-19 desta quinta-feira (29) aponta que 31.208.111 pessoas já receberam a primeira dose de vacina, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 14,74% da população brasileira.
A segunda dose já foi aplicada em 15.132.178 pessoas (7,15% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.
No total, 46.340.289 doses foram aplicadas em todo o país.
Com a falta da vacina CoronaVac em cidades de pelo menos 18 estados do país, especialistas temem pelo risco de atraso na aplicação da segunda dose. Além de romper o esquema de vacinação, isso poderia impulsionar o surgimento de mutações, dizem cientistas.
A segunda dose, ou D2, da CoronaVac deve ser aplicada entre 21 e 28 dias após a primeira. No entanto, diversos municípios suspenderam a aplicação da D2 esta semana, entre eles oito capitais: Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Macapá, Maceió, Natal, Porto Alegre e Porto Velho.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na quarta, durante entrevista coletiva, que não há problema em tomar a vacina após esse prazo. ‘’Mesmo que tome 15 dias, 20 dias ou um mês após a data prevista não há interferência no esquema vacinal. O importante é que tomem a segunda dose’’, afirmou.
Essa posição, no entanto, não é referendada por especialistas. Entre eles, o virologista e professor da Faculdade de Medicina em São José do Rio Preto Maurício Nogueira.
‘’Ninguém sabe. O que podemos dizer, em termos de imunologia, é que uma ou duas semanas não deve ser problema. A partir daí ninguém sabe porque não testamos. Pode não ter impacto nenhum. Pode ser que tenha um impacto enorme, e tenhamos que reiniciar o esquema.”
Maurício Nogueira, Faculdade de Medicina em São José do Rio Preto
Além do risco de ter que reiniciar o esquema vacinal, desperdiçando doses aplicadas, imunizar parcialmente uma parte da população também pode ser problemático. ‘’O primeiro risco é ter uma proteção inadequada. O outro é que, quando a primeira dose é aplicada, há uma pressão imunológica sobre o vírus, mas não tem a defesa completa. Como o vírus está sempre mutando, você pode promover a evolução dele’’, explica Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto de Vacinas Sabin, dos EUA.
Com informações do G1