Mais uma vacina chinesa pode ser disponibilizada no Brasil para imunizar a população contra a Covid-19. Nesse caso, o imunizante terá apenas uma dose. Segundo anúncio de Yang Wanming, embaixador da China no Brasil na quarta-feira (19), seu país já apresentou a vacina do laboratório CanSino ao Ministério da Saúde.
O pedido para autorização do uso emergencial do imunizantes no Brasil foi realizado pela China à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina está sendo aplicada na China e tem capacidade de imunizar em larga escala. O movimento, segundo o embaixador, é de comprometimento em “continuar e ampliar a parceria de vacinas com o Brasil”.
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A nova vacina chinesa
Desenvolvido pelo laboratório chinês CanSino Biologics e Batizado de Convidecia, o imunizante demonstrou eficácia de 65% para casos sintomáticos e de 91% para casos graves.
Produzida a partir de um adenovírus humano não replicante, a vacina foi desenvolvida em parceria com a Academia de Ciências Médicas Militares da China. Os ensaios clínicos da Convidecia foram desenvolvidos no Paquistão, na Rússia, no Chile, na Argentina e no México.
Diferentemente das demais vacinas atualmente em uso no Brasil, a Convidecia é aplicada em apenas uma dose. O volume da compra, bem como o calendários de entregas, ainda estão em negociação.
Negociações China-Brasil
Os representantes da vacina apresentaram, na terça-feira (18), o pedido de uso emergencial à Anvisa. Se a documentação entregue estiver completa, o órgão tem prazo de sete dias para se manifestar.
A Anvisa informou ainda que, antes de o pedido ter sido apresentado, já tinha se reunido por duas vezes em março com representantes do laboratório chinês. Agora, tanto o volume da compra como o calendário de entregas ainda estão em negociação.
Mudar imagem anti-vacina do governo
A negociação se soma a outras iniciativas que vêm sendo tomadas pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para ampliar o rol de vacinas disponíveis no país. Essa atitude, em meio à CPI da Pandemia, que tem desgastado profundamente a imagem do governo federal em relação ao combate à Covid-19, principalmente em relação à vacinação, tenta diminuir a imagem anti-vacina do executivo federal liderado por Jair Bolsonaro (sem partido).
Queiroga também já se reuniu com representantes da farmacêutica americana Moderna, visando trazer a vacina da empresa para o Brasil.
O cronograma de vacinas do ministério projeta, atualmente, a entrega de 663 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até o final do ano. O principal imunizante é o da AstraZeneca/Oxford, com 230 milhões de doses, seguido da Pfizer (200 milhões) e Coronavac (130 milhões).
Com informações da Revista Fórum e Exame