Nesta sexta-feira (12), cientistas brasileiros anunciaram o descobrimento de mais uma variante da Covid-19 no país. De acordo com pesquisadores do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), a N9, como é chamada, circula pelo país desde agosto e se espalhou por quase todos os estados do país, especialmente no Nordeste. O Centro-Oeste é o único que ainda não reportou contágios pela nova cepa.
A N9 pode ser imune à vacina e mais difícil de diagnosticar que as variantes P.1 e P.2. Além disso, a nova mutação também mostrou maior grau de transmissão. Os responsáveis pela identificação ressaltam a urgência de vacinar a população e disseram que a descoberta não é algo surpreendente.
A mutação havia aparecido em uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estimava a aparição entre junho e setembro.
Apesar de preocupante, a N9 foi encontrada em apenas 3% das amostras que foram analisadas. Os pesquisadores sequenciaram e analisaram, entre 1º de dezembro e 15 de fevereiro deste ano, 195 genomas, de pacientes que receberam resultado positivo para o coronavírus. As amostras foram coletadas de 39 municípios do Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Vacina tem eficácia contra variante nacional
A boa notícia é que, de acordo com dados divulgados pelo laboratório belga Janssen, pertencente à multinacional estadunidense Johnson & Johnson, a nova vacina anti-Covid-19 do laboratório tem 87% de eficácia contra formas graves da variante brasileira do coronavírus. O imunizante, cobiçado no mundo todo por ser de dose única, foi aprovado para uso emergencial na União Europeia na última quinta-feira (11), com eficácia de 67% contra todos os casos sintomáticos.
“Constatou-se, de forma geral, uma alta eficácia de 81% contra formas graves da doença provocada pela variante sul-africana, enquanto a eficácia contra as formas graves de Covid da variante brasileira foi de 87%”, disse, em entrevista à Ansa, o chefe de doenças infecciosas e vacinas da Janssen, Johan van Hoof.
A empresa, no entanto, ainda não apresentou os estudos clínicos por trás desses números. No fim de janeiro, a Janssen havia divulgado uma eficácia global de 85% da vacina contra casos graves da Covid-19. Ou seja, o índice relativo à variante brasileira seria ainda maior do que aquele da cepa original.
Na época em que apresentou esses dados, a Janssen não citou o Brasil especificamente, porém divulgou três indicadores de eficácia contra casos sintomáticos: de 72% nos EUA, de 66% na América Latina e de 57% na África do Sul.
Com informações do Correio Braziliense e Uol