A Procuradoria Geral da República (PGR) questionou os governadores sobre a situação dos hospitais de campanha para atendimento a pessoas com Covid-19. Exatamente na semana em que devem ter início os trabalhos da CPI da Pandemia no Senado Federal para apurar a gestão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na crise sanitária e a aplicação de recursos federais em estados e municípios.
Em um ofício remetido aos chefes dos Executivo estaduais, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, conhecida pela afinidade com grupos bolsonaristas, fala em prejuízos ao erário ou mau uso da verba pública, pois a crise sanitária prossegue, mas faltam leitos. Os governadores têm até o final desta semana para responder.
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PGR quer dados detalhados sobre gastos
O ofício encaminhado pela subprocuradora pede informações detalhadas de quanto foi empregado na construção dos hospitais, bem como a origem deste dinheiro, se estadual ou federal. Nesse sentido, os governadores também são questionados sobre a aplicação dos recursos recebidos. A sub-procuradora pede, ainda, comprovações da destinação de bens e valores.
Também no ofício Lindôra Araújo solicita o detalhamento dos gastos com insumos e equipamentos. Ela também questiona valores destinados ao combate à pandemia foram destinados para outros fins.
Sub-procuradora próxima a bolsonaristas
Lindôra Araújo é conhecida por possuir proximidade com a família Bolsonaro. Ela também é muito próxima ao procurador Augusto Aras, alinhado do presidente. Atualmente ocupa o terceiro maior cargo do órgão.
A sub-procurada foi protagonista em investigações contra o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) após racha dele com o presidente. Na ocasião, Lindôra assinou a petição do Ministério Público Federal (MPF) com a denúncia contra Witzel.
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Perguntas já foram feitas pela PGR
A PGR havia pedido informações semelhantes no mês passado, mas a subprocuradora considerou as respostas dadas pelos governadores como insuficientes. As perguntam não eram muito diferentes das presentes no ofício de agora.
Na ocasião, os governadores foram questionados, por exemplo, sobre quantos e quais hospitais de campanham foram construídos; quais não entraram em funcionamento e quais entraram. Em relação hospitais desativados foi questionado o motivo da desativação, bem como a destinação dada aos equipamentos e insumos que compunham a estrutura.
Leia aqui a íntegra da resposta dada ao primeiro ofício.