A pandemia da Covid-19 torna-se cada vez mais angustiante. Depois de um ano dos primeiros casos na China, o mundo se mobiliza para vacinação em massa, enquanto o Sars-Cov-2 se adapta para sobreviver. A variante B.1.1.7, identificada inicialmente no Reino Unido, entrou Estados Unidos em novembro de 2020 e já tem transmissão comunitária em pelo menos 30 estados.
A informação é de um estudo americano ainda não publicado. Os pesquisadores alertam que o país deve tomar ações agora para evitar consequências devastadoras. O diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse em coletiva hoje na Casa Branca que as variantes costumam ser mais transmissíveis “por isso podem causar mais mortes.”
Variante predominante da Covid-19
De acordo com os pesquisadores, os dados encontrados nos EUA apontam que o B.1.1.7 vai se tornar a linhagem de Sars-CoV-2 dominante em diversos estados do país até março de 2021. Em São Paulo, laboratórios já detectaram a variante em testes.
Em análises realizadas com de cerca de 500 mil amostras positivas de Sars-CoV-2, cerca de 45% (209) eram da variante B.1.1.7, distribuídas por dez estados americanos. Segundo estimativas dos pesquisadores, a proporção de B.1.1.7, na última semana de janeiro de 2021, era, em média, cerca de 2,1% dos casos nos EUA.
Sars-Cov-2 se adequa
A facilidade de conexão global foi um prato cheio para o Sars-CoV-2 viajar e se espalhar rapidamente por todos os países. No Brasil, o vírus também registrou uma potente variante, a “P.1”.
Em Manaus (AM), o sistema de saúde colapsou diante da nova cepa. No capo dessa mutação, as mudanças ocorreram nos genes que codificam a espícula (spike), uma estrutura que fica na superfície do vírus e permite que ele invada células do nosso corpo, tornando-o mais infeccioso.
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A P.1 é derivada de uma das variantes predominantes no país, a B.1.1.28. O potencial de transmissão dela pode ser maior por causa da mutação N501Y, presente nas variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul.
Outra mutação que causa preocupação nas autoridades é a E484K. Estudos apontam que ela consegue escapar de anticorpos, podendo causar novas infecções e atrapalhando o desempenho das vacinas.
Com informações da Folha de S. Paulo