
A CPI da Pandemia no Senado aprovou requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitando a quebra de sigilo telemático das redes sociais do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a suspensão de acesso aos seus perfis e um pedido de retratação do presidente por declarações em live na semana passada em que ele associa a vacina contra a covid-19 ao desenvolvimento do vírus da Aids.
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A CPI também aprovou o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.
“Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. [ Como o ] presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar?”, apontou Omar.
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Omar nega acordo para definir indiciamentos no relatório final
O presidente da CPI da Pandemia no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse que a comissão não fez acordos para indiciar ou deixar de indiciar pessoas relatório final. Segundo o senador, os nomes indicados por Renan Calheiros (MDB-AL) foram incluídos no texto depois de a comissão identificar indícios de irregularidades durante as investigações.
“Não existe acordo para indiciamento. Todos, sem exceção, foram discutidos, e depois ter fatos concretos, eles foram feitos. Não tem acordo para tirar fulano e colocar sicrano. Os fatos são maiores. Se a gente colocou o indiciamento de presidente da República a servidor ou empresário, foi porque tinha fatos concretos”, disse Omar.
Alessandro Vieira retira leitura de voto em separado
Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que não vai fazer leitura de voto em separado, pois sua contribuição foi incorporada pelo relatório de Renan Calheiros (MDB-AL).
Marcos Rogério chama relatório de ‘peça de ficção’
Em entrevista coletiva antes do início da reunião, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) criticou o relatório do senador Renan Calheiros, que chamou de absurdo por ser politizado. Marcos Rogério defendeu seu voto em separado, que, segundo ele, traz sugestões para os diferentes órgãos públicos para uma melhor condução do combate à pandemia de covid-19.
Corredores do Senado têm grande movimentação
O último dia da CPI da Pandemia atrai a imprensa e interessados no desfecho das investigações sobre fraudes, omissões e diversos crimes durante a condução do combate à covid-19 no Brasil. Senadores concedem entrevistas antes de se dirigirem à sala da comissão, cuja reunião deve começar em instantes.
Randolfe e Renan destacam resultados da CPI
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), considera que o relatório final é completo e aponta crimes, inclusive do presidente Jair Bolsonaro, com provas que não poderão ser desprezadas e devem ser investigadas pelo Ministério Público e julgadas pelas autoridades judiciais. “A CPI termina hoje, mas essa história não acaba aqui”, disse Randolfe.
Depois de Randolfe, Renan falou sobre o relatório, os aperfeiçoamentos feitos na última semana e, ao comentar as últimas declarações de Bolsonaro, chamou o presidente de “serial killer”. Renan também falou sobre a atuação dos ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e da Economia, Paulo Guedes, diante da pandemia.
Nova versão do relatório inclui dez nomes na lista de indiciados
Na versão atualizada do parecer final, o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), ampliou a lista de sugestões de indiciamentos. O número subiu de 68 para 78 pessoas e empresas.
Os dez nomes incluídos por sugestão de senadores são os seguintes:
- Heitor Freire de Abreu, ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações do Ministério da Saúde;
- Marcelo Bento Pires, assessor do Ministério da Saúde;
- Alex Lial Marinho, ex-coordenador de Logística do Ministério da Saúde;
- Thiago Fernandes da Costa, assessor técnico do Ministério da Saúde;
- Hélcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil;
- Regina Célia Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da Saúde;
- Amilton Gomes de Paula, reverendo presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah);
- José Alves Filho, sócio da Vitamedic Indústria Farmacêutica Ltda.;
- Hélio Angotti Netto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde;
- Antônio Jordão, presidente da Associação Médicos pela Vida.
Com informações da Agência Senado