Crise causada pelo novo coronavírus faz mais de 2 milhões de trabalhadores ter seus contratos de trabalho suspensos por até dois meses

Ao longo do mês de abril, acordos entre patrões e empregados para suspender contratos ou cortar salários e jornadas já atingiram 3,5 milhões de trabalhadores. A concessão para as negociações foi concedida em MP (medida provisória) editada pelo presidente Jair Bolsonaro, devido a crise sanitária causada pelo o coronavírus Sars-CoV-2.
Entre os que tiveram jornada reduzida, a maior parte terá corte de salário de 50% ou mais.
A informação é da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Trabalhadores afetados pelos cortes receberão uma compensação paga pelo governo federal em valor proporcional ao do seguro-desemprego.
O dado inclui acordos individuais e também acordos coletivos de categorias feitos com intermediação de sindicatos.
Cortes e negociações
No total, 569 mil empresas já informaram ao governo que fizeram acordos desse tipo ao longo deste mês com base na MP que foi editada para evitar demissões durante a pandemia do novo coronavírus.
As micro e pequenas empresas, que têm faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, foram responsáveis por 59% desses cortes (2,1 milhões). Outros 35% (1,2 milhão) foram feitos em empresas de maior porte. Empregados domésticos e outras atividades de pessoas físicas respondem por 6% das reduções (226 mil).
Na separação por tipo de acordo, a suspensão total de contratos é maioria. Foram 2,045 milhões de acordos desse tipo, 58% do total.
Há ainda 563 mil trabalhadores com salário e jornada reduzidos em 50%, o que corresponde a 16% do total. Outras 424 mil pessoas (12%) terão corte de 70%. Também há 312 mil (9%) com redução de 25%.
Outros 167 mil trabalhadores intermitentes (5%) afetados pela medida receberão a compensação. Para esses profissionais, o governo entende que não há propriamente suspensão de contrato ou redução de jornada, mas é alta a chance de que eles não sejam chamados para trabalhar durante a crise. Com isso, receberão R$ 600 por três meses, o equivalente ao pago a informais.
Os estados que registraram o maior número de acordos são SP (29,8%), RJ (10,8%), MG (9,8%), RS (5,5%) e PR (5,4%).
Com informações da Folha de S. Paulo.