Líder do governo no Senado condenou a reação de Israel aos palestinos: “não resolve nada. É puxar a arma daqui e puxar a arma de lá”
Por 247 – Líder do governo no Senado, o senador Jaques Wagner (PT-BA), em entrevista à TV 247 nesta terça-feira (10), saiu em defesa da posição da administração Lula (PT) em relação ao conflito entre Israel e os palestinos, que ganhou um novo capítulo a partir de sábado (7), quando o grupo Hamas fez um ataque em território israelense e provocou um ataque brutal e indiscriminado de Israel à Faixa de Gaza.
Também citando o conflito entre Rússia e Ucrânia, o parlamentar afirmou que “estamos caminhando para uma esquina civilizatória da irracionalidade” e destacou: “o que acaba com a guerra é desenvolvimento, não é bala”. Ele ainda criticou a “exploração política” do conflito no Brasil, em debates que tentam reduzir a um maniqueísmo a questão palestina e resumiu sua posição: “sou a favor da paz e contra a guerra”.
Perguntado sobre a postura do governo brasileiro, ele disse: “para mim essa [defesa do Estado da Palestina e de Israel] é a posição clássica de diplomacia e do presidente Lula, particularmente. Nós queremos ser mediadores onde for possível. São vários diplomatas brasileiros que já morreram em missão de diplomacia para construir acordo. A nossa diplomacia tem esse poder. Oswaldo Aranha estava à frente da ONU quando foi proclamada a aprovação do Estado de Israel. Então do mesmo jeito que ele [Lula] condenou a invasão da Ucrânia mas disse que não era a favor de bloqueio, que precisava voltar para a mesa de negociação, mesmo condenando quem invadiu, a condenação é de quem puxou a arma – no caso o Hamas -, agora é óbvio que lá tem um barril de pólvora. Então ou vai sentar para equacionar, ou nós vamos continuar nisso. Vai perder quem? Todo mundo”.
“Então a posição do Brasil vai continuar sendo essa – até porque aqui convivem palestinos, judeus, árabes. Agora, não dá para desconhecer a dor de cada lado. Tem dor de civis que morreram aqui, e já tem dor de civis também que morreram no lado de lá. Eu não sou primeiro-ministro de Israel, eu não teria esse tipo de reação. Essa reação não resolve nada. É puxar a arma daqui e puxar a arma de lá. Quem atirou em civis em Israel foi o Hamas, não é o Estado palestino, não é a autoridade palestina. Eu poderia chamar, como o presidente chamou, de ‘terrorismo’. Então é um grupo à margem da lei. O Estado de Israel é um Estado”.