
Depois da ‘fritura’ pública do ministro da Economia, Paulo Guedes – que visivelmente perdeu força após inúmeras repreensões públicas desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019 – o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Rolim, parece ter se tornado o novo alvo do descontentamento do presidente de Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a coluna Radar, da Veja, por causa da batalha judicial que se tornou a reabertura das agências do INSS, Rolim entrou na fila do próximo cartão vermelho a ser dado pelo governo.
A insatisfação com o presidente do órgão, segundo a revista, foi inflada pela constatação do movimento de peritos médicos que atuam no órgão de que o presidente do INSS teve seis meses para preparar a reabertura das agências e falhou na missão.
Para piorar, ele decidiu convocar para a porta das unidades os idosos e pessoas fragilizadas que dependem do serviço do INSS. Foram dias de cobertura negativa para a gestão Bolsonaro na imprensa.
Quem acompanha as discussões no Planalto, diz que a turma já procura um perfil “à lá Eduardo Pazuello” para o lugar de Rolim. Sem discussões, muitos elogios e muitas concordâncias com o presidente.
Greve dos peritos do INSS
As agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram reabertas para atendimento presencial no último dia 14 de setembro. Entretanto, os médicos peritos decidiram não retomar as atividades por considerar que não havia segurança para o trabalho devido à pandemia da Covid-19 e todas as perícias médicas agendadas foram suspensas até a adequação das agências.
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De acordo com os profissionais, faltavam materiais básicos de higiene, EPI’s, lavatórios, entre outros produtos e objetos de segurança para evitar a propagação do vírus.
A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) chegou a informar que faria sua própria inspeção nas agências na última segunda (21), para verificar o cumprimento dos requisitos de segurança sanitária.
Segundo normas expedidas pelo governo federal, as pessoas que iam às agências deveriam usar máscaras e ter a temperatura corporal aferida por meio de termômetro infravermelho. Se constatada temperatura acima de 37,5 graus, o segurado não poderia nem sequer entrar na agência e ainda seria orientado a procurar um serviço médico.
As orientações incluíam, ainda, chegar antes do horário marcado, para evitar a formação de filas, e manter o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas.
1,5 milhão de prejudicados pelo INSS
Segundo dados divulgados pelo G1, na sexta-feira (18), o INSS tinha 1.568.050 de pedidos de benefícios aguardando análise. Desses, o equivalente a 50,4% (790.390) dos processos, precisavam de perícia médica presencial. Os outros aguardavam a entrega de algum tipo de documento para a conclusão do processo.
O resultado é que cerca de 1,5 milhão pessoas foram prejudicadas ao buscarem seus direitos. Para contornar o caos no sistema previdenciário, o governo chegou a publicar um edital para aparelhar o órgão, ofertando 7.440 vagas temporárias no instituto, para serem supridas por servidores civis aposentados e militares da reserva.
Com informações da Veja e G1