Deputados que participaram de missão oficial da Câmara ao Pantanal apresentaram nesta terça-feira (22), no Plenário, relatos sobre a situação das queimadas e da seca no estado. Eles ainda criticaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro, na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), por ter culpado povos indígenas pelas queimadas e pelo desmatamento no Pantanal e na Amazônia.
Veja abaixo a galeria de fotos registradas pelos parlamentares.
A deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) disse que nunca viu uma seca tão grande e uma situação tão grave no Pantanal. Ela relatou que apenas 172 pessoas estão oficialmente combatendo os incêndios, entre bombeiros e voluntários.
“Eles não dão conta de apagar o fogo no Pantanal. Precisamos de mais recursos”, alertou.
Os deputados e senadores que participaram da missão conversaram com fazendeiros, povos originários do Pantanal, quilombolas e donos de pousada.
“Como mato-grossense estou indignada com o presidente Bolsonaro. O povo do Pantanal está na defesa do Pantanal. Se alguém colocou fogo, não foram os caboclos e índios.”, completou.
A deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), que é indígena, acusou o presidente de irresponsável e leviano por culpar os povos indígenas pelos incêndios.
“Dados científicos do Inpe e outras instituições mostram que as áreas indígenas são as mais protegidas. As queimadas ocorrem em áreas invadidas e griladas. Os indígenas conservam a biodiversidade e a natureza pelos meios tradicionais de gestão ambiental.”
Também presente na missão oficial, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) propôs a aprovação de projeto com medidas econômicas para promover o desenvolvimento sustentável e garantir a preservação na Amazônia e no Pantanal. Ele defendeu o impeachment de Bolsonaro. “Não dá para salvar a Amazônia e o Pantanal com este governo.”
Mentiras de Bolsonaro além do Pantanal
Líderes da oposição criticaram outros pontos do discurso de Bolsonaro na ONU, entre eles o combate à pandemia de Covid-19 e a distribuição do auxílio emergencial.
O líder do PSB, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que o presidente em todo o tempo diminuiu a gravidade da pandemia.
“Não fosse o comportamento irresponsável do presidente da República, o Brasil não teria chegado ao número de mais de 137 mil mortes de Covid-19”.
A líder do PSOL, Sâmia Bomfim (Psol-SP), disse que a pior mentira no discurso de Bolsonaro foi a declaração de que o auxílio emergencial era de US$ 1000 por pessoa.
“O presidente era contrário ao valor de R$ 600, que agora foi reduzido para R$ 300. Precisamos derrubar essa mudança na MP 1000/20”.
O líder do PT, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o presidente Bolsonaro transfere sua responsabilidade a terceiros. “Ele culpa todo mundo, menos ele. É como se não fosse presidente da República. Ele é o maior culpado pela crise ambiental, sanitária e econômica.”
Com informações da Agência Câmara de Notícias