por Cristiane Koehler em 12/09/2013.
A filósofa Viviane Mosé apresenta, em vídeo, uma discussão sobre os desafios para a educação na sociedade do conhecimento.
Segundo a filósofa, nos últimos vinte anos houve uma mudança radical na sociedade que foi a democratização do conhecimento. A internet inaugura o que foi chamado de sociedade da informação, que logo mais tarde, passa a ser chamada de sociedade do conhecimento. A sociedade da informação disponibilizou o acesso a grandes bancos de dados para a tomada de decisão. Atualmente, com o advento das redes, mais especificamente, das redes sociais, o homem, além de ter acesso aos bancos de dados, também tem acesso a outras pessoas ao vivo e, em tempo real, para discutir questões que são do seu interesse. Logo, hoje tem-se uma sociedade do conhecimento que produz conhecimento em tempo real e, esse conhecimento pode ser acessado de qualquer lugar, a qualquer hora, a partir de um dispositivo móvel.
Na sociedade do conhecimento, na sociedade em rede, o homem precisa saber como fazer parte daquela rede social que é do seu interesse e, para isso, é necessário ser aceito pelas pessoas que fazem parte destas redes. O que tem valor é o que o homem consegue produzir de conhecimento que possa ser do interesse dos seus pares e, partilhado nas redes. O homem precisa saber fazer acordos, parcerias, links e, ser capaz de analisar e interpretar dados, porque os dados estão disponíveis nos bancos de dados na internet. O que é valioso na sociedade do conhecimento é a capacidade que o homem tem de análise e interpretação crítica desses dados para solucionar problemas da vida real.
Viviane Mosé, afirma que o principal benefício das redes é a revolução da memória porque a educação de séculos passados teve como objetivo a memorização de fórmulas, datas, textos, etc. Hoje, além de ter a memória gravada em um dispositivo como o pendrive, com a internet o homem tem acesso a um grande número de dados, bibliotecas, textos, nas nuvens (cloud). Por isso, não cabe mais à educação exigir que o estudante administre conteúdos, decore datas e fórmulas, porque esses dados estão em abundância na internet. O que a educação precisa fazer nos dias de hoje, é desenvolver o raciocínio, o pensamento crítico e, a análise e interpretação de dados.
Nesse sentido, o estudante precisa ter tempo e espaço para ler, pensar e, escrever sobre o que pensou, pois o ser humano nunca teve tanto valor como nos dias de hoje. Há trinta anos atrás, na sociedade industrial (SARAIVA; VEIGA-NETO, 2009) o que agregava valor à uma empresa era a quantidade de máquinas que a empresa possuía, quanto mais máquinas, mais produção e, mais lucro para o empresário. Na sociedade do conhecimento, o ser humano tem valor, quanto mais talentos uma empresa conquistar, mais sucesso terá nos negócios. No entanto, Viviane Mosé afirma que, “para desenvolver um talento faz-se necessário criatividade e, pra isso o homem precisa de liberdade. Estas necessidades da sociedade do conhecimento, estão mudando as estruturas das empresas, dos governos e, das escolas”.
“A sociedade do conhecimento é sinônimo de rede, só é sociedade do conhecimento por causa das novas mídias digitais”.
Após a fala da filósofa percebe-se o quanto é importante, nós como educadores, estarmos atentos a estas mudanças na sociedade porque precisamos sair de um contexto paradigmático tradicional, somente da leitura e escrita, para o contexto cibercultural, onde os sujeitos podem e, é esperado que esse sujeito colabore, contribua, construa novos saberes em interação com o outro e em rede.
Fonte: Pensar Educação On Line
Palestra à faculdade UNA – “Os desafios da Educação na Sociedade do Conhecimento”
Entrevista concedida a UNA TV
Viviane Mosé (Vitória, 16 de janeiro de 1964) é uma poetisa, filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas. Mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou sua tese de doutorado Nietzsche e a grande política da linguagem em 2005 pela editora Civilização Brasileira.
Escreveu e apresentou, em 2005 e 2006, o quadro Ser ou não ser, no Fantástico, onde trazia temas de filosofia para uma linguagem cotidiana. Participou como comentarista do programa Liberdade de Expressão, na Rádio CBN, com Carlos Heitor Cony e Artur Xexéo. Tem diversos livros de poesia, filosofia e psicanálise publicados. Hoje é sócia e diretora de conteúdo da Usina Pensamento.
Viviane Mosé é hoje uma das palestrantes mais requisitadas do país. Fala sobre educação, cultura, sociedade, sempre tendo em vista os desafios do contemporâneo. Com grande capacidade analítica Viviane Mosé faz diagnósticos, analisa cenários, propõe formatos, nos seguintes temas: educação, filosofia, psicologia, gestão empresarial, gestão pública, governança, ética, cultura, sustentabilidade, diversidade e recursos humanos. Falando sempre de improviso, articula seu vasto conteúdo com a vida diária, sempre ilustrada com exemplos simples e divertidos, mas sempre muito precisos e pertinentes.
Já palestrou em grandes eventos em todo o Brasil, tendo como clientes empresas dos mais diversos segmentos tais como BNDES, Rede Globo, Itaú, Banco do Brasil, Petrobrás, SESC, SENAI, SENAC, FIRJAN, FIESP, O Boticário, Vale, Caixa Econômica, Fundação Telefônica, Philips, Raízen, Mercedes Benz, dentre outras em todo território nacional. Também é colaboradora fixa do programa Encontro com Fátima Bernardes.
Fonte:Wikipedia