A cada estudo divulgado, a Amazônia está mais perto de um novo recorde anual de desmatamento. Números divulgados esta semana pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectaram uma perda de 1.197 km².
A área é do tamanho da cidade do Rio de Janeiro e representa um aumento de 54% no desmatamento do que o registrado no mês de abril de 2021.
Este é o pior abril dos últimos 15 anos na região, desde que o Imazon iniciou o monitoramento por satélite, em 2008.
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Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon servem como um sinal de urgência para que ações sejam implementadas antes que a estimativa de 15 mil km² derrubados entre agosto de 2021 e junho de 2022 vire realidade.
Essa previsão foi feita pela plataforma de inteligência artificial PrevisIA, que indica as áreas sob maior risco de desmatamento na Amazônia.
De toda a área de floresta derrubada nos últimos nove meses, 75% estava em um raio de até 4 km do ponto estimado pela plataforma.
Para avaliar essa assertividade, pesquisadores do Imazon cruzaram as áreas que a ferramenta indicou estarem sob risco de devastação entre agosto de 2021 e julho de 2022 com o desmatamento já detectado pelo SAD entre agosto e abril.
“Essa análise nos mostrou que a plataforma pode auxiliar muito para evitar a derrubada da floresta e ainda gerar economia de recursos e de tempo para os órgãos públicos que têm como missão proteger a Amazônia, pois indica assertivamente para onde direcionar os esforços de prevenção. Esperamos que a PrevisIA erre, pois queremos que seus dados possam ajudar a orientar ações efetivas para evitar desmatamentos. Porém, infelizmente, estamos vendo a previsão se tornar realidade”, lamenta Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.
Território Yanomami ocupa topo do ranking de risco
A Terra Yanomami, localizada nos estados de Roraima e do Amazonas, ocupa o topo do ranking de risco da PrevisIA.
Em abril, ele foi o segundo território indígena mais desmatado na Amazônia com uma área de floresta derrubada equivalente a 100 campos de futebol.
Já em relação aos estados, Mato Grosso foi o que mais desmatou pelo quarto mês consecutivo, com 372 km² derrubados, 31% de toda a destruição registrada na região. Em segundo lugar ficou o Amazonas, com 348 km² desmatados (29%), e em terceiro o Pará, com 243 km² (20%).
Confira aqui os dados do SAD de abril de 2022.