Reportagem da Folha de S. Paulo informa que mais muIheres, mais policiais e muito mais mulheres policiais serão candidatas nas eleições 2020. A disputa pelas prefeituras de capitais deste ano, a primeira após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, deve ter um maior protagonismo de policiais militares, civis e mais candidaturas femininas competitivas.
Ao menos oito mulheres policiais são pré -candidatas a prefeituras do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Aracaju, Goiânia e Manaus, sendo seis delegadas de polícia e duas policiais militares. Na eleição de 2016, apenas uma policial disputou uma prefeitura de capital, em Goiânia.
As candidaturas vão desde partidos mais à esquerda, como PT e PDT, até legendas conservadoras, como DEM, PSC e Podemos. Pelo calendário eleitoral, as siglas têm que confirmar o nome dos candidatos entre 31 de agosto e 16 de setembro. O registro deve ser feito até 26 de setembro.
Segundo maior colégio eleitoral entre as capitais, o Rio de Janeiro terá a delegada Martha Rocha (PDT) como candidata a prefeita. Deputada estadual em segundo mandato, ela deve encabeçar uma chapa de partidos de centro-esquerda que também inclui PSB, PV e Rede.
Ex-delegada-geral da Polícia Civil do Rio de Janeiro, ela entra na disputa com um discurso contra a violência e a corrupção.
“O Rio precisa de gestão competente, de honestidade, de seriedade, de dignidade e de vergonha na cara”, disse a deputada ao lançar sua candidatura, em junho.
Em Salvador, o PT escolheu como candidata a Major Denice Santiago, que vai disputar a prefeitura da capital com o apoio do governador Rui Costa (PT). Segunda mulher a alcançar a patente de major na Policia Militar da Bahia, Denice ganhou notoriedade ao comandar a Ronda Maria da Penha, equipe que cuida da segurança de mulheres sob medida protetiva.
“Acho fantástica a possibilidade de nós, trabalhadoras da segurança pública, participarmos de uma disputa eleitoral. Mostra que nós estamos ocupando um espaço e temos muito a contribuir com a gestão pública”, afirma Denice.
Sua escolha como candidata a prefeita, contudo, gerou resistências dentro do PT. Setores do partido criticaram o fato de a pré-candidata não ter um histórico de militância na sigla e ser uma expressão da corporação da Polícia Militar.
Denice diz que as resistências foram superadas.
“Minha história se confunde com a própria história do PT. Represento a corporação [Polícia Militar] que o PT gostaria que existisse, uma segurança pública de direitos, que vai cuidar das pessoas.”
A pré-candidata afirma que o Brasil tem uma tradição de militares de esquerda que remete a Carlos Lamarca e a Luís Carlos Prestes.
O PT também escolheu uma policial para disputar a Prefeitura de Goiânia. A deputada estadual Adriana Accorsi, que integra os quadros da Polícia Civil de Goiás há 20 anos, concorrerá ao cargo pela segunda vez.
No Recife, a delegada Patrícia Domingos é pré- candidata pelo Podemos. Ela ganhou visibilidade na capital pernambucana ao comandar a Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, que foi extinta pelo governador Paulo Câmara (PSB) em novembro de 2018 para a abertura de um departamento de combate ao crime organizado.
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