
Durante a reunião ministerial de 22 de abril , o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a privatização do Banco do Brasil. No vídeo, divulgado nesta sexta-feira (22), Guedes afirmou que a instituição já estava pronta para ser vendida para a iniciativa privada.
“É um caso pronto, e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”, afirmou.
O assunto sobre a privatização do banco ocorreu ao fim da reunião. No encontro, Jair Bolsonaro (sem partido) perguntou a Rubem Novaes, presidente da instituição, se ele não teria nada para falar. Guedes tomou a palavra e aproveitou para defender a privatização do BB.
“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então, se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super-liberal, mas, se apertar ele e falar: ‘Bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam’. Aí, se falar assim: ‘Bota o juro alto, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, defendeu o ministro.
Ao longo da conversa, Novaes chegou a falar sobre a importância da instituição na agricultura, mas depois, estimulado pelo chefe da equipe econômica, defendeu a privatização do banco.
“2023 cê confessa, agora não”
O assunto, no entanto, contou com a resistência por parte do presidente, em razão das eleições presidenciais de 2022.
“Faz assim: só em 2023 cê confessa, agora não”, diz Bolsonaro, insinuando que esse assunto só seja tocado após a próxima corrida presidencial, para qual Jair Bolsonaro busca se projetar.
“Em relação [risos] à privatização, eu acho que fica claro que, com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando do financiamento da área social, o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização, né?” afirma Novaes.
Bolsonaro então insiste que o tema seja tratado apenas após as eleições de 2022.
Plano Marshall
Guedes também afirmou que a China, país onde o surto do novo coronavírus teve início, deveria financiar um “Plano Marshall” para os que foram atingidos pela doença.
“Plano Marshall, por exemplo, os Estados Unidos podem fazer um Plano Marshall para nos ajudar. A China [trecho suprimido] deveria financiar um Plano Marshall para ajudar todo mundo que foi atingido” defendeu o ministro.