
A reabertura das escolas em São Paulo durante a pandemia de Covid-19 irá aprofundar ainda mais as desigualdades entre o ensino público e o particular. Enquanto unidades privadas chegam a registrar, em esquema de rodízio, a volta presencial de 70% a 100% dos alunos, na rede pública o retorno ainda é baixo, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
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Ao todo, apenas 17% dos 3,5 milhões de estudantes das escolas estaduais voltaram à sala de aula na primeira semana do ano letivo. O dado relativo à segunda semana só será divulgado na terça-feira (23), segundo a Secretaria da Educação da gestão João Doria (PSDB).
Na rede municipal, a administração Bruno Covas (PSDB) diz estimar que 300 mil, de 1 milhão de alunos (30% do total), frequentaram as aulas presenciais ao menos um dia na primeira semana do ano letivo, que acabou na sexta-feira (19).
Já na rede particular, a realidade é outra. Nove unidades que atendem alunos de alto nível socioeconômico informaram uma adesão ao retorno presencial entre 70% a 100%. Para cumprir o decreto municipal que permite a volta só de 35% do alunado, essas escolas organizaram um revezamento das turmas para que todas os alunos pudessem retornar pelo menos um dia da semana.
A Prefeitura de São Paulo não conseguiu iniciar o ano letivo com todas as escolas prontas para receber os alunos. Nesta primeira semana, ao menos 580 unidades (cerca de 17% do total) continuaram fechadas por falta de condições adequadas, como ausência de equipes de limpeza e obras inacabadas. De acordo com a Secretaria de Educação, o problema foi solucionado em 380 delas, onde as aulas começam na segunda-feira (22).
Subsecretário da Secretaria Estadual da Educação, Patrick Tranjan disse, no entanto, que a adesão ao retorno presencial superou as expectativas da pasta. Segundo ele, a projeção é que a procura dos alunos aumente com o tempo, à medida que as famílias ganhem confiança.
Com informações da Folha de S. Paulo