O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) selaram as pazes em reunião no início de setembro, segundo reportagem do jornal O GLOBO. Rompidos desde as eleições de 2018, o gesto pode significar uma união dos partidos de esquerda para a disputa presidencial de 2022.
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No entanto, as próximas eleições presidenciais não teria sido abordada durante a conversa. Segundo a reportagem, o tema central da conversa foi o governo do presidente Jair Bolsonaro e a situação do país diante da pandemia de coronavírus. Diagnósticos sobre as razões do resultado eleitoral também foram apresentados.
O armistício, que ocorreu na sede do Instituto Lula, em São Paulo, foi intermediado pelo governador do Ceará, Camilo Santana, filiado ao PT, mas aliado dos irmãos Ferreira Gomes em seu estado.
Desde então, Ciro e Lula mudaram o tom ao se referirem um ao outro e cessaram os ataques e alfinetadas. Em entrevista à TV Cultura nessa segunda-feira (26), o ex-marqueteiro do PT João Santana chegou a dizer que uma chapa entre eles seria imbatível. Por causa da suspensão dos direitos políticos do petista, porém, a hipótese é inviável.
Conflitos passados e o fator Lula
Os dois tiveram uma relação próxima, principalmente no primeiro governo do ex-presidente Lula, quando o hoje pedetista foi ministro da Integração Nacional. No entanto, o clima entre os dois e deteriorou ao longo da eleição de 2018. Lula era o candidato do PT, chegou a ser inscrito na Justiça Eleitoral, mas foi impedi do de concorrer por causa da condenação na Lava-Jato no caso do triplex do Guarujá.
Os petistas chegaram a oferecer a Ciro a possibilidade ser vice do petista para depois que ocorresse o indeferimento – desta forma, o pedetista assumiria a cabeça da chapa. Ciro classificou a oferta, entre outros termos, de “aberração” e “papelão” e disse que não aceitaria ser um “vice de araque”.
Na mesma campanha, o ex-presidenciável do PDT também se irritou com a manobra realizada pelo PT para tirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, em favor de apoio à reeleição do socialista Paulo Câmara. Por esse acordo, o PSB desistiu de fechar uma aliança com Ciro na eleição presidencial. O então candidato chamou a manobra de “providência golpista”.
Como troco, quando Fernando Haddad passou ao segundo turno contra Bolsonaro, Ciro, em vez de se engajar na campanha do petista, como era esperado, viajou para Europa.
Com informações do jornal O GLOBO