
O Exército do Brasil quer investir cerca de R$ 730 mil em brindes e materiais para fotografia, entre eles, bonecos soldadinhos do Rambo, famosa franquia de filmes estrelados por Sylvester Stallone. A informação é da revista Veja. Segundo a reportagem, apenas com as miniaturas serão gastos R$ 80 mil.
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A compra está sendo realizada pelo Batalhão de Mauá, em Araguari (MG), porém, as informações apontam que os produtos serão distribuídos em outras unidades da força. De acordo com a publicação, além dos bonecos, também estão na lista de compras de grandes quantidades de bonés, canetas e placas diversas. Outros 110 kits de churrasco, com valor total de R$ 18,4 mil, também serão adquiridos. Segundo a Veja eles possuem maleta de alumínio, gravação a laser na tampa e brasão do Exército.
Reações
Assim como quando foi divulgada a lista de compra do Exército de itens como leite condensado, chicletes, picanha e cervejas especiais, cidadãos e parlamentares expressaram revolta em relação a gastos com supérfluos, em meio à pandemia, e em um país que conta com 39,9 milhões de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza.
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O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), falou sobre o assunto em seu perfil no Twitter: “É inconcebível que sejam gastos R$ 80 mil de dinheiro público em MINIATURAS DO RAMBO enquanto o povo passa fome, não tem vacina para todos, o governo diminui o auxílio emergencial, o salário de servidores é congelado e milhares morrem à espera de UTI.”
A também deputada federal, Lídice da Mata (PSB-BA), lembrou da demora do governo em adquirir vacinas contra a Covid-19 e outros insumos para a rede de saúde. “O governo bem que poderia ter essa eficiência para adquirir vacinas e oxigênio”, lamentou.
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) destacou a suspensão do auxílio emergencial motivada, segundo o governo, por falta de recursos, e defendeu a volta do benefício em seu valor original de R$ 600. “O Brasil não tem recursos para garantir R$ 600 pro auxílio emergencial, segundo o governo, mas vai gastar mais de R$ 730 mil em brindes, sendo 80 mil em bonecos do Rambo! #250Não600atéofim“, defendeu Lopes.
O que diz o Exército
Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (15), o Ministério da Defesa alegou que havia a intenção de compra dos itens citados, porém negou que o processo de aquisição ainda esteja em andamento.
“Foi divulgado apenas o aviso da intenção de uma Ata de Registro de Preços, relacionada à aquisição destes produtos. Este aviso foi revogado menos de 24 horas após o seu lançamento, por iniciativa da própria unidade militar. Ou seja, não houve sequer a abertura do Pregão Eletrônico no Sistema de Divulgação Eletrônica de Compras (SIDEC), conforme pode ser comprovado no próprio Sistema e no Diário Oficial desta segunda-feira (15)”, afirmou o Ministério.