Após representação de deputados do PSB, o Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar possíveis irregularidades na compra milionária de cerveja, picanha e carvão pelas Forças Armadas. Segundo portaria da Procuradoria do Rio de Janeiro (PGE-RJ), um dos contratos de compra de cerveja atendeu o 32º Batalhão de Infantaria Leve, em Petrópolis.
De acordo com pregões já homologados, o Ministério da Defesa comprou 80 mil cervejas, 714 mil quilos de picanha e 1,3 milhão de quilos de carvão.
A representação foi assinada deputados Elias Vaz (PSB-GO), Alessandro Molon (PSB-RJ), Denis Bezerra (PSB-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG).
Em suas redes sociais, o socialista Elias Vaz manifestou sua indignação com a compra de itens não-essenciais para as Forças Armadas diante da crise sanitária e econômica causada pela Covid-19, chamando de “vergonhoso”.
O Ministério Público Federal vai investigar a nossa #denúncia sobre as compras do governo federal com alimentos nobres e bebidas alcoólicas, como cerveja e picanha. Num país desigual como o Brasil, usar dinheiro público para bancar luxos é vergonhoso! https://t.co/fYnJOy8Wkv
— Deputado Elias Vaz (@EliasVazGyn) March 12, 2021
Superfaturamento
Os questionamentos não se limitam às carnes nobres e cervejas especiais compradas. Há fortes indícios de superfaturamento nas aquisições, com sobrepreço de até 60%. Em um processo de compra pelo governo, o valor unitário de uma lata de cerveja saiu a R$ 4,33, enquanto o preço para o consumidor comum é de R$ 2,59.
Para se ter ideia, a lista de cervejas inclui marcas como Heineken, Stella Artois e Eisenbahn, além de Bohemia, Antarctica, Skol Beats e Puro Malte.
“Enquanto milhões de brasileiros sofrem com os efeitos trágicos da pandemia nos campos sanitário e financeiro, nossos militares consomem cortes nobres como a picanha e tomam cervejas, algumas especiais”, criticam os parlamentares na representação.
Com informações do jornal O Globo