
As novas falas de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso das Forças Armadas para impedir a adoção de medidas mais restritivas para conter a pandemia da Covid-19 tem incomodado o alto escalão militar. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, oficiais-generais influentes da ativa e da reserva passaram o último domingo (21) discutindo entre si após o presidente voltar a invocar o poder militar para atacar prefeitos e governadores e afirmar que o “Exército está pronto para lutar pela liberdade”.
“Alguns tiranetes ou tiranos tolhem a liberdade de muitos de vocês. Pode ter certeza, o nosso Exército é o verde oliva e é vocês também. Contem com as Forças Armadas pela democracia e pela liberdade”, declarou o presidente diante de apoiadores que o visitaram no Palácio do Planalto.
Em outro momento, Bolsonaro afirmou que faz “qualquer coisa para o seu povo“.
“Estão esticando a corda, faço qualquer coisa pelo meu povo. Esse qualquer coisa é o que está na nossa Constituição, nossa democracia e nosso direito de ir e vir”, disse.
Segundo o jornal, um oficial da Marinha afirmou que sempre que Bolsonaro se vê pressionado politicamente, ele “grita lobo”. O “gritar lobo” significa ameaçar com uma intervenção militar. O maior temor entre os oficiais em relação ao governo tomou forma na última sexta-feira (19), quando o presidente afirmou que poderia tomar “medidas duras” na pandemia, uma semana depois de insistir que tinha apoio do “meu Exército”.
No mundo político, correu a versão segundo a qual Planalto estudava adotar Estado de Sítio, situação na qual as Forças Armadas têm papel central e na qual alguns direitos constitucionais são suspensos. O rumor foi tão forte que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ligou para Bolsonaro para ouvi-lo negar a hipótese.
O mal-estar perpassou o fim de semana, com políticos consultando militares sobre o burburinho. E a fala presidencial no domingo só “colocou mais lenha na fogueira”.
Porém, a Folha também afirma que dois ministros do Supremo conversaram com um importante general da reserva sobre as inclinações das Forças e ouviram que não haveria risco de apoio a qualquer iniciativa autoritária ou inconstitucional.
Confira abaixo o vídeo completo, publicado por um parlamentar bolsonarista:
Em seu aniversário, Presidente Bolsonaro faz discurso profundo em defesa da democracia e da liberdade do povo brasileiro.#HappyBirthdayBolsonaro pic.twitter.com/T6nQUPHkaZ
— Carlos Jordy (@carlosjordy) March 21, 2021
Ameaça de Bolsonaro
O discurso incomodou o alto escalão dos militares. De acordo com a Folha, oficiais-generais influentes da ativa e da reserva passaram o domingo discutindo entre si após as falas do chefe do Executivo.
Segundo o jornal, um oficial da Marinha afirmou que sempre que Bolsonaro se vê pressionado politicamente, ele “grita lobo”. O “gritar lobo” significa ameaçar com uma intervenção militar.
O maior temor entre os oficiais em relação ao governo tomou forma na última sexta-feira (19), quando o presidente afirmou que poderia tomar “medidas duras” na pandemia, uma semana depois de insistir que tinha apoio do “meu Exército”.
No mundo político, correu a versão segundo a qual Planalto estudava adotar estado de sítio, situação na qual as Forças Armadas têm papel central e na qual alguns direitos constitucionais são suspensos. O rumor foi tão forte que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, ligou para Bolsonaro para ouvi-lo negar a hipótese.
O mal-estar perpassou o fim de semana, com políticos consultando militares sobre o burburinho. E a fala presidencial no domingo só “colocou mais lenha na fogueira”.
Porém, a Folha também afirma que dois ministros do Supremo conversaram com um importante general da reserva sobre as inclinações das Forças, e ouviram que não haveria risco de apoio a qualquer iniciativa autoritária ou inconstitucional.
Com informações da Folha de S. Paulo