Com a confirmação da presença do pré-candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no evento da campanha de Marcelo Freixo (PSB) na próxima quinta-feira (07 de julho), a campanha do socialista se mobiliza para que o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (PSDB) esteja no palanque.
A presença de Cesar simbolizaria a consolidação da chamada “frente contra o bolsonarismo” no Rio de Janeiro. Maia foi convidado a ser vice de Marcelo Freixo, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Lideranças do PT e PSDB também trabalham para atrair para a aliança o também pré-candidato ao governo do Rio, Felipe Santa Cruz (PSD) e seu padrinho político, Eduardo Paes.
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Paes já se manifestou contrário à retirada da candidatura de Felipe, mas acenou para Lula a possibilidade de um palanque duplo no estado.
O assunto ainda é tratado nos bastidores com cuidado, mas caso a presença de Cesar Maia seja confirmada a atitude pode ser vista também como um atravessamento. Isso porque Maia também recebeu convite para ser vice de Felipe Santa Cruz.
O evento de Freixo está previsto para as 18h do dia 07 na Cinelândia, centro do Rio. Apesar das expectativas, Lula já sinalizou que o evento será somente do PT com Freixo e nenhuma liderança do PSB teria sido convidada.
A estratégia foi percebida como uma forma de evitar a presença do pré-candidato ao Senado Federal, Alessandro Molon (PSB). Isso porque o PT mantém a candidatura do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT) à vaga.
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Molon, que está à frente de Ceciliano nas pesquisas, trabalha para convencer o PT a ceder a vaga na chapa de Lula no Rio. O socialista tem também o apoio da federação Rede-PSOL.
O PT tem pressionado para que a esquerda tenha uma única candidatura ao Senado. Porém, há uma semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que os partidos que componham uma coligação podem ter mais de uma candidatura ao Senado. A decisão deixa em aberto a possibilidade de Molon manter seu nome ao lado de Ceciliano.
Na segunda-feira (27), o PCdoB formalizou apoio à pré-candidatura de Ceciliano. Ao jornal O Globo, o presidente do PT no Rio de Janeiro, João Maurício de Freitas, disse que o partido ainda pode romper com o apoio a Freixo caso o PSB não retire o nome de Molon ao Senado.
“Tenho certeza que a aliança será rompida se o acordo nacional não for cumprido. A decisão acertada foi o PSB indicar o candidato a governador (Freixo) e nós ao Senado (Ceciliano)”, disse ao periódico. A posição deve ser seguida pela direção nacional do PT.
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que não há a possibilidade de o PSB ficar com duas vagas nas disputas majoritárias.
Nas rede sociais, o presidente do PSB Carlos Siqueira disse que o partido trabalha nas negociações estaduais tanto para governos ou Senado. “Não haverá nenhuma decisão pontual. O prazo final para definir candidatos é 19 de julho, quando começam as convenções”, escreveu Siqueira.