
A Presidência da República gastou RS 8,7 milhões com diárias e passagens de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nos primeiros 18 meses do governo Jair Bolsonaro. O valor é 51% maior do que o gasto em 18 meses correspondentes à gestão de Michel Temer – RS 5,7 milhões – e 550% superior aos pagamentos feitos com essas despesas nos primeiros 18 meses do segundo mandato de Dilma Rousseff – RS 1,3 milhão. Como Temer assumiu o poder em maio de 2016, o período usado para comparação foi o ano de 2017 e os primeiro semestre de 2018.
O órgão desempenha atividades eminentemente secretas, com a produção de relatórios que subsidiam a tomada de decisões pelo presidente da República e com informações usadas pelos ministérios e por outros órgãos de governo.
Gastos da Abin
Os gastos da Abin são sigilosos e não é possível saber quem recebe os recursos públicos e quais são as empresas contratadas. Já os dados gerais das execuções orçamentárias com diárias e passagens estão disponíveis no Portal da Transparência, alimentado pela Controladoria-Geral da União (CGU). Foram esses os dados compilados pelo GLOBO.
Somente com diárias a agentes foram pagos R$ 4,2 milhões em um ano e meio de governo, boa parte para missões no exterior. As passagens e despesas com locomoção consumiram outros R$ 4,5 milhões. Foram destinados ainda R$ 1,3 milhão para serviços de consultoria e R$ 26,6 milhões para serviços de tecnologia da informação e comunicação.
O governo passou a ser contestado em razão de métodos de inteligência empregados. Estão sob questionamento alterações na estrutura da Abin e a montagem de um dossiê pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça para monitorar opositores.
Segurança da presidência
O GSI de Bolsonaro também gastou mais com a segurança do presidente, vice e familiares. Em um ano e meio, as diárias a servidores civis e a militares e as passagens aéreas necessárias para a prestação desse serviço custaram R$ 13,1 milhões, um aumento de 100% em relação a Temer (R$ 6,5 milhões)e de 35% em relação a Dilma (R$ 9,7 milhões).
O GSI diz que não se manifesta sobre detalhes dos gastos “por questões de segurança”. À reportagem, a pasta afirmou que os valores do portal da transparência não procedem, não tendo havido aumento de gastos de 2018 para 2019, mas não apresentou dados. A pasta ressaltou ainda que não havia vice-presidente em 2017 e 2018 e que tanto Bolsonaro quando Hamilton Mourão realizaram viagens internacionais no ano passado.
Com informações do O Globo