
Sob o comando do general especialista em logística, Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde trocou as remessas de vacina contra Covid-19 e enviou a carga de 78 mil doses do imunizante de Oxford que deveria ser enviada ao Amazonas para o Amapá. Com isso, o Amazonas, que vem enfrentando o maior pico de mortes pelo vírus desde o início da pandemia, recebeu apenas as 2 mil unidades, menos de 2% da quantidade anunciada.
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Em nota, a pasta afirmou que imunizantes serão transferidos entre os estados na madrugada desta quinta-feira (25), mas não comentou o que teria ocasionado o erro.
“O Ministério da Saúde informa que o Amazonas e o Amapá receberão, ainda esta madrugada, as quantidades de doses corretas reservadas aos estados nesta quinta etapa de distribuição de vacinas. O estado do Amazonas receberá 76 mil doses adicionais que haviam sido entregues ao Amapá, totalizando 78 mil vacinas. O Amapá, por sua vez, ficará com as 2 mil”, declarou em nota.
Ao jornal, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que a partir das entregas de fevereiro, o estado terá um “fôlego” para que a vacinação possa durar por 15 dias. Nos primeiros 54 dias de 2021, o número registrado de mortes por Covid-19 no estado já ultrapassou o total do ano passado.
Até essa quarta-feira (24), já foram registradas 5.357 mortes por Covid só neste ano. Para comparação, o número é maior do que o total de mortes na China, que desde o início da pandemia registrou apenas 4.636 óbitos.
O Amazonas aguardava, ao todo, 120 mil doses que foram previstas pelo Ministério da Saúde: 78 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca e 42 mil doses da CoronaVac. O governo amazonense informou que o envio do restante das doses deverá ser feito “nos próximos dias”.
A pasta orientou ainda que os estados e municípios reservem doses da CoronaVac para garantir a segunda aplicação do imunizante e completar o ciclo vacinal. A recomendação contrariou fala anterior do próprio ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que em reunião com prefeitos orientou a utilização de todas as doses.
Pazuello, ‘o gênio da logística’
Sem qualquer experiência na área da saúde, Pazuello foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após a demissão de dois ministros, em meio à pandemia, por ser ‘especialista em logística’. No entanto, suas habilidades estão se mostrando falhas no momento em que o Brasil mais precisa. Pelas redes sociais, parlamentares destacaram o que chamaram de “retrato do Brasil sem governo”.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB) também destacou que os ‘recorrentes erros de Pazuello à frente do ministério refletem o descaso do governo’.
Com informações do jornal O Globo e G1