O governo federal retirou o ipê, uma das madeiras mais cobiçadas internacionalmente, de uma lista de monitoramento que criaria regras e licenças específicas para sua exportação, mesmo após o Ibama ter apresentado relatório preocupante sobre sua comercialização. A informação foi divulgada pelo Estadão nesta sexta-feira (27).
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Em 2018, técnicos do Ibama fizeram um relatório mostrando que 92% do ipê comercializado é vendido para o exterior, sem qualquer tipo de fiscalização.
Por conta disso, e para evitar que produtores ilegais e que criminosos se apropriassem das vendas, o órgão pediu que a espécie de madeira fosse incluída na lista de espécies ameaçadas de extinção e em situação de alerta na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem ameaçadas de Extinção (Cites), atualmente 200 países participam do grupo, incluindo o Brasil.
Após longa análise, que envolveu reuniões e troca de informações com outros países, o ipê foi indicado de forma oficial para entrar nessa lista. Contudo, o ministro do meio ambiente Ricardo Salles decidiu por retirar a espécie da lista de proteção ambiental.
Pressão
A decisão da retirada foi tomada após madeireiros do Mato Grosso e do Pará pressionassem o ministério, sob alegação de que isso atrapalharia o comércio internacional.
Haverá uma nova reunião do Cites apenas em 2022, quando será permitido a inclusão de novas espécies ameaçadas. Até lá, o ipê poderá ser extraído e vendido sem qualquer fiscalização.
No dia 17 de novembro, o presidente Jair Bolsonaro, durante discurso na cúpula do Brics, ameaçou divulgar uma lista de países que importam madeira ilegal do Brasil. Contudo, nenhum nome foi divulgado até o momento.
Com informações do G1
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