O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), exonerou na noite desta quarta-feira (19) 26 dos 27 superintendentes regionais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos estados e no Distrito Federal. As exonerações foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
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O nome dos substitutos ainda não foi divulgado.
Apenas o superintendente da PRF no Piauí não foi exonerado. Hoje, o cargo é ocupado de forma interina por Jairo Lima. O novo diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, já tinha sido nomeado no último dia 2, mas as mudanças nas superintendências regionais ainda não tinham sido concretizadas.
Polícia Federal nos Estados
Na mesma edição do Diário Oficial da União, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, trocou os diretores da Polícia Federal em 18 estados.
A lista de novos diretores inclui o delegado Leandro Almada da Costa, que já investigou o assassinato da vereadora Marielle Franco e, agora, vai comandar a Polícia Federal no Rio.
Assumem os cargos:
- Alagoas: Luciana Paiva Barbosa;
- Amazonas: Umberto Ramos Rodrigues;
- Goiás: Marcela Rodrigues de Siqueira Vicente;
- Maranhão: Sandro Rogério Jansen Castro;
- Mato Grosso: Ligia Neves Aziz Lucindo;
- Mato Grosso do Sul: Agnaldo Mendonça Alves;
- Minas Gerais: Tatiana Alves Torres.
- Pará: José Roberto Feres;
- Paraíba: Christiane Correa Machado;
- Paraná: Rivaldo Venâncio;
- Pernambuco: Antonio de Pádua Vieira Cavalcanti;
- Rio de Janeiro: Leandro Almada da Costa;
- Rio Grande do Norte: Larissa Freitas Carlos Perdigão;
- Rondônia: Larissa Magalhães Nascimento;
- Santa Catarina: Aletea Vega Marona Kunde;
- São Paulo: Rogério Giampaoli;
- Sergipe: Aline Marchesini Pinto;
- Tocantins: Reginaldo Donizetti Gallan Batista.
Durante a transição de governo, especialistas apontaram a necessidade de enfrentar uma crescente “influência político-ideológica” nas corporações.
Flávio Dino defende federalização parcial da segurança do DF
Flávio Dino disse em entrevista à coluna que o governo estuda uma federalização parcial das forças de segurança do Distrito Federal (DF) ou a criação de uma Guarda Nacional que seja responsável por proteger a zona cívica, onde estão os órgãos federais e sedes dos Três Poderes.
Segundo Dino, o governo estuda diversas opções para fortalecer a segurança do Distrito Federal. “Hoje, o modelo de dar dinheiro para o poder local fazer se mostrou arriscada, e portanto, vamos fortalecer para além do financiamento, que já ocorre desde a Constituição de 88”.4
“São várias ideias, desde criar um corpo permanente, uma Guarda Nacional para atuar nessa área cívica de Brasília, embaixadas e Esplanada. Há ideias de parte das decisões de segurança pública do DF passarem a ser federais e não distritais. Um compartilhamento da gestão.”
“A Constituição no artigo 21 e no artigo 32 sugerem um caminho de maior participação, mas nunca foi trilhado desde a Constituição. Agora a necessidade impõe isso. Então há algumas ideias que vamos submeter ao presidente da República e ele que vai deliberar”, disse Dino.
A federalização da segurança do Distrito Federal foi proposta também pelo senador Alessandro Vieira em resposta aos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Nem deve ser um modelo como se o DF fosse um estado, porque não é, por isso se chama Distrito Federal, mas, ao mesmo tempo, suprimir totalmente a autonomia também não me parece um caminho muito bom”, afirmou.