Candidato à presidência da Câmara, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) diz que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve fazer uma proposta de nova rodada do auxílio emergencial neste início do ano.
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Para Rossi, a sinalização foi dada pelo seu oponente na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
“Quando Lira vem e copia o que eu falo, não acredito que ele tenha feito isso sem um comando do Palácio”, disse Rossi, que vem defendendo a concessão do auxílio.
Mudança no discurso de Lira
Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Lira defendeu prorrogação temporária do auxílio por um mês ou dois desde que “dentro de um novo Orçamento” e respeitando o teto de gastos. A volta do benefício também só é defendida pela equipe de Guedes se for feita dentro da regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação, com “responsabilidade fiscal”.
Lira também defendeu a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) emergencial, que prevê uma série de medidas de ajuste, principalmente cortes de gastos com servidores, para bancar a retomada do benefício.
Já segundo Rossi, que defendeu a prorrogação ainda em dezembro, não dá para fazer o auxílio sem mexer nas despesas. “Até o meu candidato adversário agora começou a falar, antes ele me criticava e agora começou a repetir o que falo, diante desse momento que estamos vivendo é fundamental buscar uma forma de financiamento para o auxílio”, disse.
Oposição pressiona por auxílio emergencial
Partidos de oposição afirmam que é irresponsabilidade do poder público deixar trabalhadores sem proteção, principalmente com o atraso da vacina e o aumento de casos de Covid-19.
“Urge aprovar algo nessa direção. Vamos lutar, seja para estender o auxílio, seja para aprovar um projeto de renda básica”, disse Alessandro Molon, líder do PSB na Câmara dos Deputados. “Sem isso, veremos a miséria se espalhar e o tecido social se esgarçar ainda mais. A crise econômica se aprofundará e o país não se recuperará tão cedo”, analisa.
Na área técnica do Ministério da Economia, a preocupação é com a dificuldade em encontrar espaço no Orçamento para fazer o ajuste. A avaliação é que não há espaço e que a pressão será mesmo pela edição de uma medida provisória (MP) com um crédito extraordinário.
Com informações do UOL