A transexual Alice Felis foi agredida dentro do seu próprio apartamento. Ela teve a mandíbula, o nariz e cinco dentes quebrados
Nessa quinta-feira (20) foi realizada a prisão do homem apontado como agressor da modelo transexual Alice Felis, 25. No último final de semana, em seu apartamento em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, a vítima teve mandíbula, nariz e cinco dentes quebrados durante o espancamento.
O caso ganhou notoriedade após a Alice publicar uma série de vídeos em suas redes sociais. Vários famosos apoiaram a modelo e divulgaram o vídeo e a campanha de arrecadação para que ela possa pagar o tratamento. Entre eles estão Kéfera, Felipe Neto, Pabllo Vittar, Preta Gil e Marília Mendonça.
O suspeito, Lucas Brito Marques, 24 anos, estava foragido e foi capturado em um dos acessos ao morro Pavão-Pavãozinho, também em Copacabana. “Depois de algumas horas de negociação, ele se entregou”, contou a delegada Bianca Lima.
Ele deve responder por tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). A polícia não detalhou o que foi roubado, mas a defesa de Alice afirmou que Lucas Brito levou da casa dela R$ 3.600 em dinheiro e o chip do celular dela.
“Ele tem mais de 20 antecedentes criminais por latos como homicídio, tráfico, roubo e porte ilegal de arma de fogo”, disse a delegada.
A transfobia no Brasil
Disparado no topo do ranking de países com mais registros de homicídios de pessoas transgênera, o Brasil registrou em 2019 pelo menos 124 assassinatos. Os dados estão no relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgados em janeiro deste ano.
Segundo o Antra, a cada dia em 2019, 11 pessoas transgênero sofreram agressões. O perfil predominante tem como características faixa etária entre 15 e 29 anos (59,2%) e gênero feminino (97,7%). A desigualdade étnico-racial é outro fator em evidência, já que 82% das vítimas eram negras (pardas ou pretas).