O Brasil tem hoje 11,3 milhões de pessoas em situação de desemprego. É o que revela a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira (31). A taxa de desocupação ficou em 10,5% no trimestre e é a menor desde 201.
Ainda assim, dos quase 12 milhões de desempregados a maioria é formado por mulheres, negros e jovens. Do total de pessoas sem uma ocupação, 7,7 milhões, ou seja 64%, são pessoas negras. Enquanto existem 4,2 milhões de brancos sem postos de trabalho.
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Quanto ao gênero, 13,7% das mulheres brasileiras então desempregadas. Entre os homens a taxa é de 9,1%.
No geral, o desemprego recuou no Brasil 0,7 ponto percentual em comparação aos 3 meeses anteriores e 4,3 pontos percentuais em um ano.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) e em comparação ao levantamento anterior, a taxa de desemprego caiu. Estava em 11,1%, atingindo 11,949 milhões de pessoas. A menor taxa da série histórica foi em 2014, quando chegou a 6,5%.
Renda do brasileiro caiu em 7,9%
O rendimento real médio do trabalhador foi de R$ 2.569 e apresentou estabilidade em relação ao anterior de R$ 2.566. Houve, no entanto, uma redução de 7,9% em relação ao mesmo trimestre de 2021 (R$ 2.790).
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A maior queda de rendimento médio ocorreu no setor público (-12,4%), seguido por empregados com carteira assinada (-4,4%) e pelos sem carteira e conta própria, com recuo de -3,3%.
O número de pessoas ocupadas alcançou 96,5 milhões e é o maior da série histórica, iniciada em 2012. Houve uma alta de 1,1% (1,1 milhão de pessoas) na comparação com o trimestre de novembro a janeiro. E avanço de 10,3% (9 milhões de pessoas) na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Cresce o número de trabalhadores informais
O número de trabalhadores informais também subiu 7,2% em um ano e chegou a 25,5 milhões de pessoas trabalhando por conta própria.
Entre as posições de ocupação houve um aumento na categoria de Empregado sem carteira de trabalho assinada (4,3%, ou mais R$ 71).
Houve redução na categoria de Empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (2,2%). Na comparação com o trimestre de fevereiro a abril de 2021, não houve crescimento em qualquer categoria.
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O número de brasileiros desalentados, ou seja, aqueles que já desistiram de procurar trabalho, somou 4,5 milhões de pessoas. E a população subutilizada foi estimada em 26,1 milhões de pessoas.
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no Brasil e a amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados.
Cerca de dois mil entrevistadores trabalham em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.