
O advogado Leandro Mathias Novaes, de 40 anos, dono de uma licença de Caçador, Atirador e Colecionador de armas (CAC) e entusiasta do armamento da população, foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz, em São Paulo, na última segunda-feira (16), após ignorar recomendações do estabelecimento e ver sua própria arma disparar, mesmo guardada na cintura, enquanto acompanhava exame de ressonância magnética da mãe.
O acidente ocorreu no Laboratório da Cura, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em área nobre e central de São Paulo, quando levou a mãe para o exame. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a arma foi disparada após o acionamento da máquina de ressonância magnética e acertou seu abdômen. O advogado foi atendido e levado para a UTI do Hospital São Luiz em estado grave. A informação foi dada ao Uol por um funcionário do escritório de advocacia onde Novaes trabalha. Ele passou por cirurgia na última terça-feira e segue na UTI em estado grave.
Leia também: Bolsonaro contava com golpe para voltar triunfante dos EUA, diz Lula
Se por um lado o Hospital São Luiz preferiu não divulgar maiores informações de Novaes, por outro, o Laboratório Cura lamentou o ocorrido e confirmou que o disparo foi acidental. Também disse que antes de entrar no local, o homem assinou um termo de contraindicação de campo magnético para acompanhantes.
“Reforçamos os protocolos de prevenção de acidentes. Tanto paciente como acompanhante foram devidamente orientados em relação aos procedimentos para acesso à sala de exames. Ambos assinaram um termo de ciência (…) Mesmo diante dessas orientações, a arma de fogo não foi mencionada pelo acompanhante que entrou com o objeto na sala de exame”, disse o laboratório em nota.
Com quase 50 mil seguidores nas redes sociais, Novaes costuma dar dicas sobre armas e tirar dúvidas sobre procedimentos legais para quem é CAC (colecionador, atirador e caçador), como por exemplo onde é legal portar seus revólveres, pistolas e fuzis, além de explicar conceitos sobre excludente de ilicitude e como proceder em relação à burocracia para adquirir seus arsenais.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o advogado tinha registro da arma que protagonizou o incidente e também possui porte para carregá-la na rua. O caso foi registrado no 14° Distrito Policial, em Pinheiros, e o delegado que preside o inquérito determinou a realização de uma perícia na clínica onde aconteceu o disparo.