A conta do escritor João Paulo Cuenca foi suspensa do Twitter a pedido da Justiça do Rio de Janeiro. A requisição foi feita após Cuenca ter publicado em junho que o “brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal“.
De acordo com a Folha, o texto é uma paráfrase de Jean Meslier , autor do século 18. No original, Meslier escreve que “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.
O autor carioca comentou o caso em seu microblog.
Vejam só como o pedido acatado pelo juiz para que eu apague minha conta de twitter justifica a tutela antecipada. Cito:
— J.P. Cuenca (@jpcuenca) November 26, 2020
“Com efeito, aguardar o trâmite normal do processo traria sérios riscos à sua (do pastor) idoneidade moral e religiosa, o que não se pode admitir”. pic.twitter.com/qRUk5Bps1h
Universal quer ser indenizada
O pastor Nailton Luz dos Santos, da Igreja Universal, pede indenização em R$ 10 mil por danos morais devido a postagem, além da remoção das redes sociais. O juiz da comarca de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Ralph Machado Manhães Junior assina a decisão.
A justificativa que embasa a decisão alega que há “extrapolação” no direito de liberdade de expressão, “pois a postagem do réu é ofensiva e incitatória à prática de crime ao incitar claramente a violência contra grande parte da população”.
Até o momento, 134 processos partindo de 21 estados foram iniciados por religiosos contra João Paulo Cuenca. A medida determinada pela Justiça do Rio de Janeiro será recorrida pela defesa de Cuenca, que ainda não teria sido intimada oficialmente.
Com informações da Folha de S. Paulo