
Lançado em novembro do ano passado para ser o partido de Jair Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil conseguiu apenas 10% das assinaturas necessárias para ser formalizado. O plano era abrigar à reeleição do presidente, em 2022. Porém, ele já admite a possibilidade de se filiar a outra sigla em março de 2021.
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Nessa segunda-feira (23), ao chegar ao Palácio da Alvorada e responder a perguntas de uma mulher que disse fazer parte do Aliança pelo Brasil em União da Vitória, no Paraná, Bolsonaro afirmou que “está tentando, mas, se não conseguir, a gente em março vai ter uma nova opção”.
No papel, Bolsonaro é o presidente do Aliança. O advogado Luís Felipe Belmonte, vice-presidente do partido, disse ao Estadão que continua trabalhando para deixar a legenda pronta e entregá-la a tempo da campanha por um novo mandato.
“A única orientação que eu tenho dele (Bolsonaro) é para fazer o partido ficar pronto. Continuo com o mesmo propósito, mas, se depois de pronto ou até antes disso, tiver outra opção, eu não sei dizer porque é uma questão de conveniência política dele”, disse Belmonte. “A tendência é de que, ele tendo um partido próprio, esteja nesse partido”, emendou.
Legendas como Progressistas, Republicanos, PTB, Patriota e PL já acenaram ao chefe do Executivo. Em agosto, Bolsonaro chegou a admitir até mesmo voltar para o PSL, partido pelo qual se elegeu em 2018.
“Não há nenhuma (chateação). Estamos criando um partido conservador, para abrigar pessoas com esses princípios que defendemos. Se, de repente, o presidente fizer outra opção, o Aliança será um partido aliado no grupo”, observou o advogado.
O fato do presidente não ser filiado a partido algum foi apontado por aliados como um dos fatores que levaram à derrota de candidatos apoiados por ele nas eleições municipais deste ano.
Segundo a Folha de S. Paulo, aliados avaliam que teria sido mais fácil lançar candidatos de uma sigla da qual Bolsonaro fizesse parte e associar o número deles ao do presidente, como ocorreu com o número 17 em 2018.
Partido de Bolsonaro não decola
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Aliança tem validadas, até hoje, 42.730 assinaturas das 492 mil necessárias. Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, o partido possui 103.482 fichas que precisam ser finalizadas para que sejam submetidas à apreciação do tribunal. Outras 5.010 aguardam análise e 6.548 entraram recentemente no sistema. Ao todo, 38.070 apoiadores foram rejeitados, incluindo 87 eleitores mortos e 24.680 filiados a outras siglas.
Belmonte disse que a pandemia do coronavírus atrapalhou a coleta de assinaturas e estipulou 31 de janeiro como nova data limite. Afirmou, no entanto, que já enviou ao sistema do TSE 180 mil fichas que estão à espera de verificação.
Com informações do Estadão e Folha de S. Paulo