No dia em que o Brasil atingiu a marca de 200 mil mortos pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse lamentar os óbitos, mas que “a vida continua”. Na primeira live do ano em suas redes sociais, com duração de uma hora, o mandatário usou apenas um minuto para comentar a marca.
“A gente lamenta hoje, estamos batendo 200 mil mortes. Muitas dessas mortes com Covid, outras de Covid, não temos uma linha de corte no tocante a isso aí. Mas a vida continua. A gente lamenta profundamente, estou preocupado com minha mãe que tem 93 anos de idade. Se contrair o vírus, [ela] vai ter dificuldade pela sua idade, mas temos que enfrentar isso aí”, disse o presidente.
O presidente ainda reforçou o seu posicionamento contra o isolamento social, medida recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conter a disseminação da Covid. Segundo Bolsonaro, tais medidas podem levar a “condições mais dramáticas” do que as consequências do vírus.
“Não podemos nos transformar num país de pobres, um pais de desempregados, sem PIB [Produto Interno Bruto], endividado. Um país tão rico como o nosso, com a população, sendo empobrecido por decisões de alguns. Lamentamos as mortes, a vida continua”, disse.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais óbitos em números absolutos, atrás apenas dos EUA. E, assim como lá, a condução do combate à pandemia rendeu e continua a render críticas.
Vacina
Na mesma live, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) defendeu que que clínicas privadas possam comprar vacinas contra o coronavírus no mercado internacional. Ele ressaltou, no entanto, que a aquisição de imunizantes por entidades particulares deve ocorrer somente após a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) ser atendida.
Bolsonaro também endossou a fala do ministro. “Se uma empresa quiser comprar lá fora a vacina e vender aqui, quem tiver recursos vai tomar vacina lá. Agora, nós vamos oferecer de forma universal e, da nossa parte, não obrigatória”, disse.
Segundo o governo, 50% do público alvo da campanha de vacinação federal será imunizada até junho, sendo que o restante deve ser vacinado até o final do ano.