Levantamento feito pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre os dias 25 e 30 de junho, mostra uma leve e gradual recuperação dos pequenos negócios, com redução na queda média mensal do faturamento.
A perda média do faturamento, que em abril chegou a 70%, agora, no levantamento demonstrou queda para 51%. A pequena recuperação, no entanto, destaca a pesquisa, não é acompanhada pela concessão de crédito para as pequenas empresas, que teve baixa procura.
Os dados reportados pelo Diário do Comércio compõem a 5° edição da pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”. Os resultados foram construídos com a participação de 6.470 participantes entre Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
O estudo aponta que, desde o início da pandemia, 800 mil empresas (30%) conseguiram estancar a queda no faturamento. Setores como o agronegócio, indústria alimentícia e pet shop/veterinária apresentam maior capacidade de retomada, ao contrário de setores mais diretamente afetados, como turismo e economia criativa.
“O estancamento na queda de faturamento sinaliza um tímido movimento de recuperação. Mas ainda estamos longe de vencer a crise. E sem o destravamento do dinheiro disponível nos bancos, essa retomada será extremamente lenta ou até fatal para os pequenos negócios, pois a reabertura implica em gastos e não necessariamente em demanda de clientes”, ressalta o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Alinhando tendência imposta pelo distanciamento social, a pesquisa confirmou a transposição do físico para o virtual. Intensificando essa transformação, em dois meses, 12% das empresas fizeram a adaptação do modelo de negócio para o formato digital.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que houve um aumento de 37% para 44% das empresas que estão utilizando ferramentas digitais para se manterem em funcionamento, foi notada redução de 39% para 23% das empresas que afirmam que só podem funcionar presencialmente.
Confira mais dados do levantamento:
- O número médio de pessoas ocupadas nas empresas manteve-se (3,4) com redução (12% para 10%) na proporção de empresas que demitiram. O número médio de funcionários demitidos pelas empresas manteve-se (2,5).
- Cresceu (39% para 46%) a proporção de empresas que buscaram empréstimo. Já o crescimento da proporção de empresas que tiveram sucesso no pedido foi pequeno (16% para 18%).
- Houve uma Redução (63% para 54%) nas restrições de circulação de pessoas. No entanto, nas regiões onde essa restrição era menor no mês passado (Centro-Oeste e Sul), observa-se agora um aumento nas medidas de isolamento social.
- Foi verificado um aumento (45% para 59%) na proporção de empresas que mudaram sua forma de funcionar, e uma redução (43% para 29%) na proporção de empresas que haviam interrompido o funcionamento temporariamente.
- Cresceu (37% para 44%) a proporção de empresas que estão fazendo uso de ferramentas digitais para poder funcionar. Caiu (39% para 23%) a proporção de empresas que armam que só podem operar presencialmente.
Com informações do Diário do Comércio.