Lídice da Mata, deputada federal pelo PSB da Bahia, será a nova vice-líder do Governo no Congresso Nacional. Quem trouxe a notícia foi o próprio líder, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), que telefonou para a socialista afim de contar a novidade.
“Fico muito honrada com o convite do senador Randolfe Rodrigues, que além de ser um grande amigo é também uma liderança reconhecida nacionalmente por seu compromisso com a democracia, com a cultura e com o meio ambiente – que são também os meus compromissos principais”, declarou Lídice da Mata, com exclusividade ao Socialismo Criativo.
De acordo com o senador, a escolha de Lídice como vice-líder se deu por conta da grande experiência da deputada no Congresso Nacional, com uma histórico de atuação firme como deputada e como senadora. “Lídice tem enorme capacidade de articulação e já provou isso quando estivemos juntos no Senado e ao longo da sua longa trajetória na política”, comentou Randolfe Rodrigues.
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A deputada coordena a bancada da Bahia e tem boa relação com parlamentares de ambas as casas, inclusive com a oposição. Porém uma das principais bandeiras levantadas por Lídice da Mata são os direitos das mulheres. Um exemplo foi a palestra realizada no XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, no ano passado. Lídice relembrou a longa trajetória percorrida pelas mulheres para conseguir a inclusão na política.
“Durante todo o período do regime militar fomos somente 13 mulheres ao longo de todos os anos. Como resultado do processo da luta contra a ditadura, em 1986, conseguimos fazer campanha e eleger 26 mulheres. Esse é um marco fundamental, porque representa um movimento de mulheres organizado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher”, contou a deputada.
Muitos direitos foram conquistados, mas Lídice defende mais cadeiras fixas para mulheres na política. Em 2021, o Senado Federal aprovou o PL 1951/2021 que garante o mínimo de 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Distrital e nas Câmaras de Vereadores sejam preenchidas por mulheres.
O projeto também aprovou o mínimo de 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para as candidaturas proporcionais femininas no Congresso.
“Os homens se relacionam com a elite econômica e nós não temos essa relação. Por isso o fundo eleitoral público é essencial para começarmos a ter velocidade maior na participação na política”, ressalta a deputada e afirma que ainda há um longo caminho a percorrer. “Precisamos pensar também na inclusão econômica feminina. A mulher é mais de 50% da população, e é a maioria dos pobres também. Precisamos debater políticas públicas que façam avançar a mulher no seu posicionamento econômico na sociedade, e não ficar apenas com esse discurso de empreendedorismo que, na realidade, são apenas atividades de informalidade para complementar renda”, explicou Lídice da Mata.