Se confirmado, será o 38º ministério do atual governo. Lula prepara, há meses, reforma ministerial para acomodar aliados do Centrão; até agora, única troca efetivada foi no Turismo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta terça-feira (29) que criará o Ministério da Pequena e Média Empresa. Se confirmada, será a 38ª pasta do atual governo.
“Nós vamos criar, eu estou propondo a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, das cooperativas e dos empreendedores individuais. Para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade”, afirmou.
Lula destacou a importância dos empregos com carteira assinada, mas disse que muitos brasileiros desejam ser empreendedores. Por isso, segundo ele, a necessidade de um ministério para tratar de políticas públicas para esse público.
“O cara que quer empreender é um trabalhador. Ele tem que ser levado em conta, ele quer cuidar da sua família, isso é muito bom para o país”, disse Lula.
O presidente afirmou que é preciso dar condições para que os empreendedores tenham acesso à financiamentos para impulsionar seus negócios.
‘Eu quero valorizar muito os empreendedores individuais, quero valorizar muito as cooperativas e quero valorizar muito a pequena e média empresa porque ela gera 60% ou 70% do emprego deste país. Quanto melhor estiver a pequena empresa, melhora está a grande empresa, melhor está o salário, melhor está a vida do povo’, disse o presidente.
A declaração foi dada na transmissão semanal feita por Lula nas redes sociais da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
O governo Dilma Rousseff teve um ministério similar, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. A pasta foi criada em 2013 também em um contexto de reforçar a base parlamentar no Congresso. Guilherme Afif Domingos (PSD) foi nomeado ministro na ocasião.
Reforma ministerial pendente
Desde o primeiro semestre, o governo Lula se articula para realizar uma reforma ministerial. O objetivo principal, já reconhecido pelo próprio presidente, é o de atrair para o governo partidos como União Brasil, PP e Republicanos, do chamado “Centrão”.
E, em contrapartida, consolidar o apoio dessas bancadas aos temas de interesse do governo no Congresso.
Até o momento, apenas uma troca foi concretizada: no Ministério do Turismo, saiu Daniela Carneiro (União-RJ, mas em migração partidária) e entrou Celso Sabino (União-PA).
Convite a Tarcísio
Lula afirmou na entrevista que na próxima semana deve visitar São Paulo e Minas Gerais. Em São Paulo, o presidente pretende discutir investimentos e fazer um evento com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
‘Vamos tentar fazer um ato, vamos tentar a participação do governo do estado. Se quiser participar, se não quiser participar, a gente fará o ato do mesmo jeito. Mas, como nós somos civilizados, nós vamos fazer e convocar o governador, porque é importante ele estar, porque os compromissos que vamos assumir é com ele também’, disse.
Segundo Lula, o governo pode, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), auxiliar na ferrovia entre Campinas e a cidade de São Paulo.
‘Se vamos emprestar dinheiro do governo federal, do BNDES, para fazer a ferrovia Campinas-São Paulo, nós queremos que o governador esteja presente, afinal de contas é o estado de São Paulo que vai fazer’, afirmou Lula.
O governador é afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula na eleição de 2022. O partido de Tarcísio, o Republicanos, deve entrar na equipe ministerial de Lula, com o deputado Silvio Costa Filho (PE), levando parte da legenda para a base do petista.