De forma pacífica e de máscara, cerca de 5 mil manifestantes entoaram palavras de ordem contra o racismo e o fascismo e em favor das instituições democráticas na Esplanada dos Ministérios em Brasília, neste domingo (7).
Nos últimos dias partidos de esquerda chegaram a não recomendar participação nos atos por temer infiltrados provocadores, o que acabou não se concretizando.
O protesto seguiu de maneira pacífica até o Congresso Nacional, sem tumultos. Houve ações pontuais das forças de segurança, que apreenderam materiais que poderiam ser utilizados em eventuais ataques. Por volta das 11h40, os manifestantes começaram a se dispersar. No começo da tarde, poucas pessoas ainda se reuniam em frente à Biblioteca Nacional.
Para evitar conflitos com o grupo 300 – conhecido pelo apoio a Bolsonaro –, a PMDF fez um cordão de isolamento, na tentativa de evitar que as manifestações antagônicas se encontrem.
Na Esplanada, a segurança estava a cargo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que monitorava o grupo. Pela manhã, policiais acompanhavam a situação. Ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros se posicionaram no canteiro central.
Liderados pelo movimento negro e pelas torcidas organizadas dos times de futebol, outros grupos como profissionais da saúde, movimento estudantil, feministas e LGBTs também participaram do manifesto a favor da Democracia.
As vidas de Ághata, George Floyd, Miguel Otávio, João Pedro e Marielle Franco foram lembradas.
Os manifestantes ironizaram as ameaças do grupo paramilitar autointitulado “Os 300”, que ameaçaram impedir a manifestação. Eles cantavam “Ohhhh, cadê os 300?”.
Os gritos dos manifestantes silenciaram os poucos apoiadores do presidente Bolsonaro (cerca de 20 pessoas) que estavam do outro lado da Esplanada dos Ministérios.
Em um movimento de ressignificação da bandeira, alguns manifestantes levaram bandeiras do Brasil e conclamavam o uso do símbolo brasileiro por aqueles que, de fato, respeitam o país e não por quem idolatra os Estados Unidos e Israel.
Profissionais de saúde
Médicos e enfermeiros também marcaram presença na manifestação e denunciaram a falta de equipamentos de segurança nos hospitais.
Políticos na manifestação
Apesar da maioria dos partidos de esquerda ter orientado a não participação no evento, houve políticos que marcaram presença no ato.
A deputada federal Erika Kokay (PT/DF) defendeu que a manifestação é um ato em favor da democracia e da vida.
“Nós estamos vivenciando um país onde temos, na Presidência da República, o peito estufado do fascismo. E, ao mesmo tempo, a lógica genocida que quer esconder da população os corpos que são vítimas diárias dessa necropolítica”.
Deputada federal Erika Kokay
Os manifestantes prometem ocupar a Esplanada dos Ministério novamente na semana que vem.