As plataformas Empoderatrans e Mercado Black Money ajudam empreendedores negros e trans a sobreviverem em meio a crise causada pela pandemia da Covid-19

Frutos das dificuldades causadas pela pandemia do novo coronavírus e das desigualdades sociais, empresários e organizações criam marketplaces e classificados online focados em nichos do empreendedorismo. Em reportagem, o Estadão apresentou duas dessas plataformas: a Empoderatrans e Mercado Black Money.
Criada em junho, o Empoderatrans é um site que reúne pequenos empreendedores transexuais e foi criado por Maite Schneider, Márcia Rocha e Fábio Pugliese – sócios por trás da Transempregos, plataforma de empregabilidade de pessoas trans. Ao jornal, Maite comentou sobre a importância dessa visibilidade.
“Queremos levar um pouco mais de consciência para o empreendedorismo. Se você quer um fotógrafo, por que não contratar um fotógrafo trans? Isso fortalece em termos de economia. O público externo também pode pensar nos empreendedores trans nas suas redes de stakeholders. Várias empresas consomem produtos e serviços, por que não consumir desses empreendedores para fortalecê-los?”, destaca Maite.
Com um mês de funcionamento, a plataforma já reúne 72 empreendedores que anunciam produtos e serviços numa espécie de classificados.
Uma das empreendedoras da plataforma é Caduda Mexias, de 24 anos, dona da Macramêxias, marca de joias artesanais feitas com cristais energéticos e macramê (técnica de tecelagem manual que se baseia no uso de nós). Artesã desde 2015, ela tem nos brincos, colares e anéis – além do serviço de styling em produções de moda – a sua principal fonte de renda. Durante a pandemia, a marca vende pelo Instagram, faz entregas em São Paulo e envia para todo o Brasil.
“Antes da quarentena, eu vendia em alguns pontos físicos, como loja, além de eventos e exposições. Conheci o EmpoderaTrans por divulgação de outras amigas e resolvi participar. É uma maneira de nos ajudarmos e de garantir referências”, explica Caduda.
Mercado Black Money
Madrinha do Empoderatrans, a empresária Nina Silva criou, em março, uma plataforma voltada aos negócios de empreendedores negros, o Mercado Black Money. A plataforma, que permite a compra diretamente pela plataforma, já reúne cerca de 300 lojas de vários segmentos.
“O lema do mercado Black Money é ‘compre preto, venda para todos’. A ideia é que apenas empreendimentos negros anunciem, mas que toda a sociedade – principalmente as pessoas que querem estar ativas na luta antirracista – comprem. O incentivo é para gerar riqueza por mais tempo dentro da comunidade negra, dar visibilidade para empreendimentos de afroempreendedores”, explica.
Segundo a fundadora, em menos de três meses de operação, o site já fez circular cerca de R$ 100 mil em vendas. Para ler mais sobre o Mercado Black Money clique aqui.
Com informações do Estadão