por: Lillian Bento Postado em: 13/06/2022 - 22:35 Atualizado em: 13/06/2022 - 19:24
A chilena Michelle Bachelet, atualmente Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, disse durante coletiva de imprensa que “está alarmada com ameaças contra defensores dos direitos humanos ambientais” no Brasil.
Bachelet fez um apelo por eleições “democráticas” e “sem inteferência” e comentou sobre os riscos da política de Jair Bolsonaro (PL) para povos indígenas, mulheres e a população LGBTQIA+.
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A médica e ex-presidente do Chile não citou diretamente o nome de Bolsonaro, mas afirmou que este ano as eleições no Brasil são fundamentais para a continuidade da democracia.
“Será um momento democrático importante e não deve haver interferência de nenhuma parte para que o processo democrático possa ser atingido”, disse.
“Me dá pena pelo Brasil”
Essa não é a primeira vez que Michelle Bachelet tece críticas às políticas de Bolsonaro. Em setembro de 2019, ela mencionou o Brasil como um dos países com “redução do espaço democrático”.
E lamentou os “ataques contra defensores dos direitos humanos” e as “restrições impostas ao trabalho da sociedade civil”.
Bachelet criticou, especialmente, o aumento do desmatamento na Amazônia e o incentivo de Bolsonaro à posse e porte de armas. Disse se tratar de um “discurso público que legitima as execuções sumárias” por parte das forças policiais.
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Na ocasião, Bolsonaro rebateu Bachelet e disse que a chilena “se intrometia” em assuntos internos do Brasil.
“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, provocou o presidente brasileiro.
Michelle respondeu: “Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, que diz que a morte de meio pai por tortura permitiu que [o Chile] não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil”, concluiu durante entrevista à Televisão Nacional do Chile.
