Por Julinho Bittencourt
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a afirmar na Comissão de Educação, no Senado, na manhã desta quinta-feira (16), que “graduados não têm campo de trabalho”.
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O ministro foi na comissão para explicar as razões de ter dito que a universidade “deveria ser para poucos” e que alunos com deficiência “atrapalham” o aprendizado dos demais.
De acordo com Ribeiro, ele não quis dizer que “o filho do porteiro não pode ter acesso à universidade”, mas que o país deveria avançar no curso técnico e profissional.
“O sonho de ser doutor é muito bom, mas um país que não tem oportunidade, o curso técnico é a grande ferramenta”, afirmou.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2019, 21,3% dos brasileiros de 25 a 34 anos tinham ensino superior completo. A média dos países que fazem parte da OCDE é de 45%.
Ribeiro afirmou também que “não adianta, repito, apenas ter um diploma de bacharel na parede e estar desempregado. Hoje o mercado é comprador para educação técnica profissional, é isso que os presidentes da Fiesp dizem”.
Um dos argumentos usados pelo ministro foi a inadimplência do Fies (Financiamento Estudantil) para justificar sua fala, que foi apontada como elitista. “O que me incomoda é o que o jovem se forma, alguns com a ilusão, que o fato de ele ter o diploma é suficiente para ter emprego. Ele tem o diploma, mas tem uma dívida em um banco. Não estou dizendo que o Fies é ruim, mas a gente precisa olhar”, resumiu.
Já sobre a sua fala a respeito dos alunos com deficiência que, segundo ele, devem ser apartados dos outros, ele disse: “não tive a intenção de magoar, mas muitas vezes usamos termos e gestos que magoam”. “[A política é para] aqueles educandos, por favor, que demandam atendimentos múltiplos, contínuos e permanentes e foi sobre esses que havia me referido de uma maneira equivocada e fui mal compreendido”, explicou.
Com informações do UOL