O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre pedido de afastamento e prisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por obstrução de Justiça na Operação Akuanduba. Salles foi alvo de buscas há duas semanas. A PGR tem cinco dias para se manifestar.
A solicitação foi feita por uma advogada no processo que investiga a atuação do ministro do Meio Ambiente e que culminou na Operação Akuanduba, autorizada por Moraes. O pedido de afastamento de Salles é motivado por que ele teria ocultado seu celular e mudado o número de telefone durante as investigações.
O documento encaminhado à PGR afirma que o ministro “tem dever legal de cumprir ordens judicias de outros Poderes, incorreu, em tese, em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional”.
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“Requer, assim, ‘seja decretado o afastamento cautelar do Ministro Ricardo Salles e sua prisão em flagrante, pois continua descumprindo a ordem do STF; subsidiariamente, sua prisão preventiva, por estar ameaçando a colheita de provas e a aplicação da lei penal’. É o breve relato. Abra-se vista à Procuradoria-Geral da República para manifestação”, diz trecho do despacho assinado.
Salles é suspeito de favorecer madeireiros ilegais
A investigação da Polícia Federal que atingiu o ministro do Meio Ambiente apura indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira. Salles também é alvo de um segundo inquérito, conduzido pela ministra Cármen Lúcia, sob suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.
A Moraes, Salles chegou a pedir para prestar depoimento diretamente ao procurador-geral da República, Augusto Aras, na investigação da PF. O ministro do Supremo não viu impedimento em eventual interrogatório feito pela PGR, mas observou que a Polícia Federal vai colher o depoimento ‘no decorrer da investigação e a seu critério, na medida em que for necessária à elucidação dos fatos investigados’.
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Com informações do Estadão e O Globo