Molon quer convocar ministro da Justiça

O líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ), quer que o novo ministro da Justiça, André Luiz de Almeida Mendonça, explique os possíveis vazamentos de informações de operações da Polícia Federal. 

Protocolado nesta terça-feira (26), o pedido se baseia em uma série de coincidências ocorridas nesta semana, depois que parlamentares aliados Jair Bolsonaro (sem partido) chegaram a antecipar a realização de investigações sigilosas conduzidas pela corporação.

“O ministro da Justiça é o chefe da Polícia Federal. Como tal, deve explicações à população sobre os supostos vazamentos na operação realizada no Rio de Janeiro, pela PF. Por isso, vamos pedir sua convocação”, afirmou Molon, após a apresentação pública do requerimento.

Teor do pedido

O conteúdo do documento recorda que a PF foi colocada no centro do debate nacional após o ex-ministro Sérgio Moro acusar o presidente de tentar interferir na instituição para proteger aliados e os filhos, atualmente investigados pelos crimes de ‘rachadinha’ e de gerenciar uma rede de distribuição de fake news.

Moro renunciou ao cargo de chefe da Justiça após Bolsonaro tentar nomear o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, amigo da família, para o posto de diretor-geral da PF.

Zambelli e a Operação Placebo

Na última segunda, Carla Zambelli (PSL-SP), uma das deputadas mais próximas ao governo, também chegou a dizer, em uma entrevista, que a Polícia Federal iria deflagrar a operação “Covidão” para investigar supostas irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia.

Na manhã seguinte, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no Palácio das Laranjeiras, a residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), dentro da Operação Placebo.

Coincidências

Com base nestes acontecimentos, o pedido de Molon afirma que “resta clara uma fortíssima suspeita sobre a atual condução da Polícia Federal. (…) O conhecimento de tais fatos por parlamentares configura interferência indevida na Polícia Federal e o aparelhamento deste órgão de Estado e, portanto, necessita ser esclarecido com urgência”, pontuou na requisição.

MPF

Nesta quarta (27), o líder do partido reforçou a importância do pedido feito pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Benedito Gonçalves, para que o Ministério Público Federal, abra uma investigação sobre o suposto vazamento da operação ocorrida no Rio.

 “É uma questão de independência e credibilidade das instituições, sem interferência. Desvios de verba pública devem SIM ser investigados, mas tudo dentro da lei”, comentou.