O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o presidente Jair Bolsonaro por indícios de uso do dinheiro público em campanha eleitoral antecipada. A ação é direcionada ao vice-presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e questiona os recursos utilizados por Bolsonaro e comitiva em motociatas pelo país.
“Nós observamos que os gastos com cartão corporativo subiram justamente no período em que o presidente realizou três motociatas em um mês. Bolsonaro torrou em 35 dias cerca de 90% do que gastou nos três primeiros meses do ano. Essa desproporcionalidade é o resultado dos eventos eleitorais realizados em abril. A correlação entre motociatas e o aumento nos gastos é notória”, afirma o deputado.
Levantamento do parlamentar revela que, em 15 de abril, o presidente realizou uma motociata em São Paulo, mobilizando o aparato de segurança, além de pagamento de passagens e diárias sem que tivesse agenda oficial na cidade. Dados do Portal da Transparência apontam despesa de mais de R$160 mil só em passagens e diárias.
O relatório também identificou outra motociata, feita por Bolsonaro em 20 de abril em Rio Verde, interior de Goiás, além de um desfile do chefe do Executivo na carroceria de uma caminhonete em 30 de abril, em frente a uma motociata em Uberaba, Minas Gerais.
Elias Vaz na cola do governo Bolsonaro
Já há algum tempo, o deputado Elias Vaz vem denunciando os casos de corrupção ligados ao governo Bolsonaro. Há um ano o parlamentar iniciou uma série de denúncias de irregularidades envolvendo compras superfaturadas de picanha, salmão e cerveja por parte de agrupamentos das Forças Armadas. As licitações, muitas delas com preços superfaturados e envolvendo empresas de fachada, buscavam realizar a compra de o que parecia a lista de compras de uma churrasco peculiar.
A farra foi descoberta ainda em 2020, no auge da pandemia da covid-19, o que para Elias Vaz trouxe ainda mais indignação. “Com essa lista de compras, as forças armadas pareciam estar comemorando, mas comemorando o que enquanto a população estava de luto com tantas mortes pelo coronavírus?”, questionou o parlamentar.
Há pouco tempo, outro caso ganhou notoriedade. Itens inadequados como comprimidos de Viagra, próteses penianas e lubrificantes íntimos também foram adquiridos com dinheiro público. Elias vaz revelou ao Socialismo Criativo que recentemente fez outra descoberta sobre este caso.
“Agora nós descobrimos que desses últimos três anos houve uma aquisição de mais de 11 milhões de comprimidos pela Marinha. Além disso, fizeram um contrato com uma empresa da indústria farmacêutica para que ela possa transferir a tecnologia para a Marinha produzir Viagra. Eu quero entender o porquê disso.”
Já são mais de 30 processos abertos para investigar essas compras suspeitas. Além dos itens já listados existem ainda licitações para compra de sorvete e carvão. Tudo em grandes quantidades e com exigências questionáveis. “Nós encontramos processos licitatórios que exigiam a marca da cerveja e isso foi uma das primeiras coisas que nos chamou atenção e a partir daí passamos a fiscalizar com atenção”, lembrou o deputado.
Por PSB na Câmara