Diferente da conta da semana passada, quando 19 deputados federais sinalizavam uma inclinação a apoiar Arthur Lira, candidato do PP à presidência da Câmara Federal, agora, a soma dos nomes fechados com o progressista, na melhor das hipóteses, segundo fontes que acompanham as movimentações, não chegaria mais a 15.
A bancada federal do PSB tem 31 integrantes. Em outras palavras, o movimento feito pelo Diretório Nacional da legenda, na última sexta-feira (11), ao aprovar a Resolução nº 001/2020, orientando a bancada a não votar em Arthur ou em candidato apoiado pelo Planalto, teve como reflexo não só reverter a posição de socialistas, mas também de segurar uma onda de partidos da
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Oposição que, até então, consideravam votar no progressista, que conta com a simpatia do presidente Jair Bolsonaro.
O fato de a ala pró-Arthur Lira só contar hoje com 15 deputados equivale a dizer que já não detém maioria para levar o partido para o bloco liderado pelo PP. Esse detalhe já havia acendido o sinal amarelo nos progressistas. Motivo: não adianta alguns deputados do PSB votarem em Arthur e o partido integrar outro bloco. Leia-se: o PSB tende a compor com os demais partidos de Oposição um bloco capitaneado pelo candidato apoiado por Rodrigo Maia.
Negociação
Isso significa que o tamanho do partido contará pró-Maia na negociação de espaços na Mesa Diretora, composta por sete vagas para titulares. E o argumento mais forte dos socialistas que defendiam apoio a Arthur Lira era, exatamente, a possibilidade de o PSB vir a ter, com ele, espaços mais representativos no legislativo. O detalhe é que o esforço das Oposições, sedimentado ontem, de formar um blocão em torno de uma candidatura desse conjunto liderado por Rodrigo já desarrumou o lado de Arthur.
Nas coxias, se fala, agora, em reversão do jogo . Juntos, os partidos da Oposição podem somar 120 votos e isso levaria Rodrigo a conseguir formatar um bloco com 280 membros em tese. A Oposição é minoria, mas deve ser fiel da balança. Se esse bloco que Maia trabalha para construir atinge esses 280 integrantes, isso equivaleria a dizer que Arthur já não conseguirá manter os compromissos assumidos, como a divisão de espaços na Mesa.
Esse cálculo foi ao debate, nesta terça (15), em reunião na residência oficial de Rodrigo Maia, que juntou presidentes de partidos da Oposição e líderes. Há uma expectativa de que um nome apoiado por esse bloco seja formalizado ainda hoje e ele tende a ser um dos potenciais candidatos de Rodrigo Maia. Figuram como mais viáveis: Aguinaldo Ribeiro e Baleia Rossi.
Reversão à vista
A reunião, ontem, residência oficial de Rodrigo Maia, juntou presidentes do PSB, PDT, PCdoB, Rede e PT. Por lá, Carlos Siqueira, Carlos Lupi, Gleisi Hoffmann, entre outros, além de líderes como Alessandro Molon (PSB) e José Guimarães (PT). Há uma ala do PT que defende ainda uma candidatura da Esquerda. Caso o grupo todo saia unido, das sete posições da mesa, esse bloco conseguiria indicar as cinco primeiras vagas. PSOL não entraria na conta.
Com informações da Folha de Pernambuco