O presidente Jair Bolsonaro confessou nesta terça-feira (15), em entrevista à Band, que Fabrício Queiroz, figura central na investigação contra Flávio Bolsonaro no suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), pagou contas pessoais para ele no passado. De acordo com o presidente, o ex-assessor era de “confiança”.
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“Vamos apurar? Vamos. Mas cada um com a sua devida estatura. E não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa… Falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz, ao longo de dez anos, foram para mim; não foram para ela. Divide aí, Datena (apresentador). R$ 89 mil por dez anos dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! R$ 750 por mês! O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá?”, disse.
Os extratos bancários divergem da versão apresentada por Bolsonaro de que Queiroz estava pagando empréstimo -não há na movimentação bancária do ex-assessor registro de transferências do presidente no período.
Em relação aos relatórios produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), orientando Flávio no caso das rachadinhas, como revelou a revista Época, Bolsonaro disse que o general Augusto Heleno, titular do GSI, negou a existência dos relatórios.
Queiroz, o “Injustiçado”
Para Bolsonaro, que garante não ter mantido contato com Queiroz desde o início da investigação, o ex-assessor de Flávio está sendo “injustiçado”. O presidente chegou a afirmar que Queiroz ainda não foi ouvido na investigação da rachadinha “porque parece que não interessa ouvir”. Na realidade, o ex-assessor já faltou a depoimentos marcados pelo Ministério Público do Rio no curso da investigação.
“Eu conheço o Queiroz há 30 anos. Foi meu soldado na Brigada Paraquedista, nunca tive problema com ele. Daí, aconteceu esse caso. Até hoje, ele não foi ouvido. E é lógico. Porque parece que não interessa ouvir. Interessa é ficar desgastando, ficar sangrando, o tempo todo agindo dessa maneira”, afirmou.
O presidente enfatizou que a investigação contra Flávio sobre o esquema das rachadinhas não está sendo “justa” e acusou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de vazar informações do caso. Ele disse que a “pressão” em cima do senador é para atingi-lo.
“Parece que o maior bandido da face da Terra é o senhor Flávio Bolsonaro. Se tem a sua culpa, que se apure e se puna, mas não dessa forma, tentando me atingir politicamente”, disse Bolsonaro.
Com informações do jornal O Globo