
A reviravolta no cenário político do país e o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentaram a pressão sobre Jair Bolsonaro (sem partido) e o clã presidencial. As consequências da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, sobre o petista já renderam cenas como a de Jair Bolsonaro, de máscara, pregando vacinação e até um globo terrestre exposto durante live semanal — tentando provar a olavistas que a Terra é redonda —, em claro sinal de uma mudança de estratégia eleitoral.
Os filhos do presidente, no entanto, parecem ter reagido de forma menos natural à retomada do processo democrático e depois de Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ) divulgar um vídeo em que manda a população brasileira ‘enfiar no rabo máscaras para Covid-19’, foi a vez do filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), protagonizar mais uma série de escândalos.
Na quarta-feira (10), em uma sessão online da Câmara de Vereadores, Carlos surtou com uma fala do vereador Reimont (PT), que leu uma carta de Dilma Rousseff com críticas ao governo federal, e xingou o petista de “vagabundo” e “canalha”, demonstrando, mais uma vez, a falta de decoro parlamentar.
“Infelizmente só tem canalhas aqui dentro dessa Casa, que levam para uma linha política em vez de tentar sempre levar para uma linha de melhoria da sociedade carioca e do Brasil. Então deixo aqui meu voto de aplausos (pelo PL em discussão) e de repúdio a esses canalhas de sempre e ele sabe muito bem do que eu to falando”, afirmou.
Reimont repudiou a expressão chula usada pelo vereador, que retrucou: “Quer dizer, o vagabundo me chama de genocida, chama meu pai de genocida e eu não posso chamar de canalha? É canalha mesmo, é um canalha, é um cabeça de balão canalha.”
Disparo de mensagens
Outra reação identificada entre os integrantes da família Bolsonaro foi o disparo em massa de mensagens em diferentes redes esta semana. Tanto no Twitter, como nos canais da família no Telegram. De acordo com a colunista do Uol, Juliana Dal Piva, esta semana, o senador Flávio e o vereador Carlos, coordenadores do chamado Gabinete do Ódio, resgataram um trecho de uma entrevista do ex-presidente do ano passado em que o petista citava o papel do estado na crise sobre a Covid-19, para atacar o adversário.
“Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises.”
As primeiras postagens partiram de Carlos Bolsonaro, seguido imediatamente pelos demais. A reação mais breve veio de Flávio, com um pedido para seus apoiadores. Ele postou em seu canal no Telegram uma mensagem de “vamos viralizar” com uma foto de Bolsonaro e a inscrição: “Nossa arma é a vacina”.
Ataques de Carluxo Bolsonaro a artistas
Esta semana, Carlos também abriu uma queixa-crime contra Bruna Marquezine e Felipe Neto por calúnia contra seu pai, Jair Bolsonaro. Carlos publicou em suas redes o anúncio de que entraria com um processo por “supostos crimes” contra o presidente. Para ilustrar o post, uma cena de nudez de Bruna Marquezine na série “Nada Será Como Antes”. Os mamilos da atriz foram cobertos com estrelas vermelhas.
Também pelas redes sociais, Felipe Neto saiu em defesa da atriz e deixou um recado: “Carlos, um recado pra você: eu enfrento essa articulação do ódio há muito tempo. Você não me amedronta”, afirmou.