Uma nova variante do coronavírus, identificada na Índia, tem chamado a atenção dos cientistas tanto pela velocidade de contaminação, quanto por se espalhar rapidamente e contornar a imunidade de vacinas e infecções anteriores.
De acordo com a Associated Press, a variante chamada BA.2.75 causa preocupação, porém ainda não está claro se pode causar doenças mais graves que outras variantes da ômicron, incluindo a BA.5.
A nova variante também já foi detectada em cerca de dez países, incluindo Austrália, Alemanha, Reino Unido e Canadá. Outros três casos foram identificados nos Estados Unidos.
Leia também: Advogada afirma que estupro em hospital não é caso isolado
O que se sabe até o momento é que essa variante provoca sintomas leves, em pessoas vacinas, como coriza, febre e cansaço. Há ainda muitos casos assintomáticos. A perda de olfato e paladar, que era comum no início da pandemia, já não é mais tão predominante.
A população idosa, em especial pessoas com mais de 60 anos, continua sendo mais vulnerável, além de pessoas com outras doenças pré-existentes. Autoridades de saúde da Índia, onde foi registrado a maior parte dos casos, informam que a forma grave da covid-19 ocorre com uma menor frequência. E os sintomas costumam durar de dois a três dias.
Proliferação de novas variantes
Durante toda a pandemia, pode ser difícil de identificar e entender o que são as novas cepas da covid-19 e porque elas continuam a surgir. Delta, gama e subvariantes da ômicron seguem a preocupar autoridades sanitárias.
Recentemente já havia sido identificada a XE, sublinhagem da ômicron que é uma combinação com a BA.2, já registrada como uma versão mais transmissível da cepa.
Apesar da velocidade de mutações, os cientistas garante que o surgimento de novas variantes é esperado e deve continuar a ocorrer. O que não quer dizer que todas serão mais perigosas ou transmissíveis.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a XE, identificada pela primeira vez no Reino Unido em 19 de janeiro, é uma cepa que mistura o material genético da BA.1 (ômicron) e a BA.2, subvariante da ômicron. Ela pode ser cerca de 10% mais transmissível que a BA.2.
No Reino Unido foram registrados mais 700 casos da XE, enquanto no Brasil, apenas o caso de um homem paulista de 39 anos foi confirmado.
Já a BA.1 [nome dado para a linhagem original da ômicron] foi identificada em mais de 2 milhões de casos em todo o mundo. Somente no Brasil mais de 25 mil casos da cepa foram registrados. Os dados são do site Outbreak Info, banco de dados epidemiológicos com foco em covid.
Até o momento, pesquisas indicam que contra a ômicron, as vacinas são eficazes e previnem casos graves e mortes.
A BA.2, que difere de BA.1 em algumas das mutações, inclusive na proteína spike, responsável pela entrada do vírus na célula, é mais difícil de ser identificada em testes PCR. Isso porque não tem a presença da mutação H69-V70 presente na ômicron.
Até o momento há o registro de 631.727 casos da BA.2 em todo o mundo, de acordo com o Outbreak Info, sendo 168 no Brasil.