
Parlamentares do PSB, Rede e do PDT entraram com representações, neste sábado (23), no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República pedindo que sejam abertos inquéritos para apurar possíveis crimes cometidos pelos ministros Abraham Weintraub (Educação), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) durante a reunião ministerial de 22 de abril.
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Um requerimento contra o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) também foi enviado, mas não tem relação com a reunião: foi motivado pela nota que o ministro divulgou em seu Twitter criticando o pedido de perícia no celular de Jair Bolsonaro, acatado pelo ministro do STF, Celso de Mello. Após o parecer do procurador-geral, Augusto Aras, o decano poderá pedir busca e apreensão do celular pessoal do presidente e do seu filho, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Os requerimentos são assinados pelos deputados Alessandro Molon (PSB-RJ), Joenia Wapichana (Rede-RR), André Figueiredo (PDT-CE) e pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Weintraub, Salles e Damares são alvo dos pedidos de investigação após declarações do vídeo da reunião se tornarem públicas por decisão de Celso de Mello. A veiculação do vídeo é parte do inquérito que apura suposta tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, apontada por Sérgio Moro ao deixar o Ministério da Justiça.
Reunião do alto escalão
Na gravação, o ministro da Educação pede a prisão dos integrantes do STF e se refere aos ministros como “vagabundos”. Da mesma forma, Damares Alves pede que governadores e prefeitos sejam colocados na cadeia por medidas tomadas para combater a disseminação do novo coronavírus.
As falas de Weintraub e Damares foram classificadas pelos parlamentares como “demonstrações graves de descaso pela democracia”. Dessa maneira, Celso de Mello já havia apontado “aparente prática criminosa” na conduta do ministro da Educação.
Com informações do Estadão.