
De acordo com as estimativas do Banco Mundial, o impacto na economia causado pela pandemia de Covid-19 deve fazer a pobreza extrema (renda diária de até US$ 1,9) avançar no mundo pela primeira vez em mais de duas décadas. Só em 2020, estima-se que 115 milhões de pessoas estejam sendo empurradas a essa situação, número que pode crescer a 150 milhões em 2021.
Esta será a primeira alta desde 1998, quando a crise financeira asiática provocou um choque na economia global. As informações foram divulgadas em reportagem da BBC News Brasil.
Com o aumento, a pobreza extrema passará a afetar o equivalente a algo entre 9,1% e 9,4% da população do mundo neste ano, de acordo com o relatório Poverty and Shared Prosperity Report, publicado a cada dois anos. Antes da pandemia, a estimativa era que pobreza cairia para 7,9% em 2020.
O Banco Mundial havia estabelecido, em 2013, o objetivo de reduzir a extrema pobreza ao nível máximo de 3% da população global até 2030. Agora, a organização afirma que a meta é inalcançável sem a “implementação rápida de políticas significativas e substanciais”.
Situação do Brasil
Conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 13,88 milhões de brasileiros viviam na extrema pobreza, cerca de 170 mil mais do que no ano anterior.
Em 2020, o cenário se modificou após o auxílio emergencial, que irá durar apenas até o final deste ano.
Ricos fazem a festa na pandemia
Por outro lado, os bilionários do mundo têm visto a fortuna crescer durante a pandemia. Só entre abril e julho deste ano, de acordo com um relatório de outubro do banco suíço UBS, o aumento foi de 27,5%, para US$ 10,2 trilhões, uma cifra recorde.
O número de bilionários também atingiu um novo recorde: são 2.189, contra 2.158 em 2017. Segundo o estudo, eles se beneficiaram especialmente ao investir no mercado acionário na baixa e lucraram em seguida com a recuperação do preço das ações.
Com informações da BBC News Brasil