Afastando as especulações de desentendimentos entre os dois partidos, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, afirmou que a sigla está junto com o PT na candidatura de Lula à Presidência.
“As questões locais não podem nunca ser impedidoras de uma ação maior que, no entendimento hoje, é estarmos muito unidos em favor do Brasil em torno da candidatura do presidente Lula”, disse Câmara em entrevista a José Matheus Santos, na edição desta terça-feira (18) da Folha de S.Paulo.
O governador pernambucano, que conversou na semana passada com Humberto Costa antes do petista lançar a pré-candidatura à sua sucessão, confirmou que o PSB terá candidato ao governo do estado, mas que isso não deve atrapalhar a aliança nacional, como já havia adiantado o senador ao Fórum Onze e Meia na última quinta-feira (13).
“Nós tivemos juntos ao PT em várias oportunidades. Tive a honra em 2018 de ser candidato à reeleição com o senador Humberto Costa como candidato ao Senado na nossa chapa, não estivemos juntos em 2020, mas há uma clara disposição tanto do PT como do PSB de estarmos juntos em 2022, juntos em favor do presidente Lula e juntos aqui na nossa sucessão. Não tenho dúvida que PT e o PSB vão estar juntos em torno do que for deliberado ao longo de janeiro das nossas discussões”, afirmou.
Câmara afirmou ainda que trabalha para uma federação partidária com partidos do campo progressista e que o PSB está de portas abertas para Geraldo Alckmin.
“O perfil de Alckmin é um perfil mais ao centro. Conhecemos a sua trajetória política e ele tem uma contribuição a dar a uma possível chapa Lula-Alckmin. O PSB não vai criar nenhum obstáculo caso ele venha a se filiar ao partido e for o nome que o presidente Lula entenda como importante para compor”, afirmou.
Presidente do PSB confirma apoio
Nesta segunda-feira (17), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que seu partido deve apoiar a candidatura de Lulaà presidência da República.
Segundo o site Socialismo Criativo, ligado ao PSB, o apoio do partido ao ex-presidente deve ocorrer “independente de se consolidar uma federação de esquerda para essas eleições”.
Na próxima quinta-feira (20), de acordo com a publicação, Siqueira e a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, se reunirão para discutir as alianças eleitorais e possível federação entre os dois partidos.
O dirigente socialista afirma que espera “um espírito de reciprocidade, independente de pesquisas eleitorais, e observando a realidade política de cada localidade”.
Por Plinio Teodoro na Revista Fórum