Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, parece ter ganhado uma aliada na missão pessoal de desqualificar o movimento negro e a esquerda
A pedagoga Raquel Brugnera, que publicou um artigo acusando o PSOL de não ter interesse nas investigações do caso Marielle, foi nomeada para o cargo de assessora técnica da fundação. Brugnera deu informações equivocadas sobre o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, em artigo de opinião publicado no “Jornal da Cidade Online”, site alvo de processo por fake news, dia 29 de março de 2019.
No texto, publicado semanas após a prisão do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e do ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, Raquel afirma que o PSOL teria perdido o interesse na resolução do crime pois, segundo ela, os executores seriam ligados a traficantes de drogas.
“Encontraram os assassinos e as expectativas foram frustradas ao descobrirem que eles eram empregados do tráfico de drogas e armas, ou seja, o mandante é alguém ligado à contravenção”, dizia um trecho do texto.
A nomeação de Raquel Brugnera na fundação foi publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira (10).
Investigações
As afirmações de Brugnera não encontram respaldo no trabalho técnico de investigação da polícia. Desde a prisão dos acusados em 12 de março de 2019, a Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), responsáveis pelo caso, apontam que os acusados trabalham para um grupo de matadores por encomenda, que inclusive executam serviços para políticos.
Marielle
Marielle era ativista de direitos humanos e atuava fortemente na denúncia contra a violência policial nas favelas, bem como a atuação de milícias nas periferias. Ela e seu motorista, Anderson Gomes, foram vítimas de uma emboscada no centro do Rio, em um lugar sem câmeras.
Fundação Palmares
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, é conhecido por declarações contra pessoas negros. No mais recente ataque à essa população ele chegou a classificar o movimento negro como uma “escória maldita”.
Com informações do G1